Taxa média do juro sobe 1%, pressiona o bolso e provoca aumento da inadimplência
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emA taxa média de juros no crédito livre subiu de 45,4% ao ano em agosto para 46,2% ao ano em setembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 27, pelo Banco Central. Com essa alta, a taxa volta a ser a maior taxa da série iniciada em março de 2011. Desde o início do ano, em todos os meses a taxa de juros tem sido recorde e batido a do mês anterior.
No ano até o mês passado, a taxa subiu 8,9 pontos porcentuais, já que em dezembro de 2014 estava em 37,3% ao ano. Em 12 meses até setembro, a alta é de 9,4 pontos porcentuais.
Para pessoa física, a taxa de juros no crédito livre passou de 61,2% em agosto para 62,3% em setembro, também a maior da série histórica. Para pessoa jurídica, houve elevação de 28,7% para 29,3% de agosto para setembro.
Cheque especial – Entre as principais linhas de crédito livre para pessoa física, o destaque vai para o cheque especial, cuja taxa subiu de 253,2% ao ano em agosto para 263,7% ao ano no mês passado. Ao longo de 2015, as taxas cobradas por uma das linhas mais caras que o consumidor pode acessar – perde apenas para o rotativo do cartão de crédito – subiram 62,7 pontos porcentuais, já que em dezembro de 2014 o juro médio dessa modalidade estava em 201% ao ano.
Já para o crédito pessoal, a taxa total caiu de 50,5% em agosto para 49,8% em setembro. No caso de consignado, a taxa passou de 27,8% para 27,6% de agosto para setembro e, nas demais linhas, de 119,9% para 118,3%. No caso de aquisição de veículos para pessoas físicas, os juros passaram de 24,8% para 25,6% de um mês para outro.
Inadimplência – A taxa de inadimplência no mercado de crédito com recursos livres ficou estável em setembro em 4,9% frente a agosto. Para pessoa física, foi registrado o único aumento nessa comparação, passando de 5,6% para 5,7%. Para as empresas, caiu de 4,2% para 4,1% de um mês para o outro. Desde o início do ano, verifica-se uma certa estabilidade no volume de calote ao sistema financeiro
A inadimplência do crédito direcionado também ficou estável de agosto para setembro, em 1,2%.
O dado que considera crédito livre mais direcionado mostra inadimplência também estável, em 3,1%, desde agosto.
No crédito livre para pessoa física, a inadimplência no crédito pessoal ficou em 3,8%, mesmo valor de agosto. No cheque especial, recuou de 15,5% para 15,3% na mesma comparação mensal
Na aquisição de veículos para pessoas físicas, apresentou ligeiro aumento, passando de 3,9% para 4,0%. Esta taxa, antes, estava inalterada desde dezembro do ano passado. No cartão de crédito, avançou de 7,6% para 8,0% na mesma comparação.
Spread bancário – O spread bancário médio no crédito livre caiu de 32 pontos porcentuais em agosto para 31,5 pp em setembro, conforme o Banco Central. Com isso, o spread deixa de ter o maior nível da série histórica iniciada em março de 2011, como vinha ocorrendo todos os meses. O spread médio da pessoa física no crédito livre passou de 47,4 pp para 47,2 pp. Para pessoa jurídica, o spread médio passou de 15,7 pp para 15,1 pp no período.
O spread médio do crédito direcionado passou de 3,7 pp de agosto para 3,4 pp em setembro. O spread médio no crédito total (livre + direcionado) também caiu de 18,8 pp para 18,5 pp no mesmo período de comparação.
O BC informou também que a taxa de captação dos bancos no crédito livre subiu de 13,4% ao ano de agosto para 14,7% em setembro.
Concessões de crédito – A média diária de concessões de crédito livre subiu 3,3% em setembro em relação a agosto, para R$ 12,7 bilhões, de acordo com o Banco Central – em agosto, estava em R$ 12,3 bilhões. A alta no ano até o mês passado está em 0,7% e, em 12 meses até setembro, em 0,8%.
No crédito direcionado, a média disparou 8,9% na comparação mensal, diminuindo a queda do ano para 16,6%, e o de 12 meses para 12,7%. Esse montante do crédito direcionado somou R$ 1,9 bilhão no mês passado.
Quando se junta o crédito livre mais o direcionado, a elevação é de 4,0% em setembro e baixas de 1,7% no ano até o mês passado e de 1,1% em 12 meses até setembro . O total das concessões diárias ficou em R$ 14,6 bilhões no mês passado.