Concorrência lá fora é dura, mas o segredo continua sendo a alma para o sucesso
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emConcorrer no mercado americano não é para amadores. O empresário Eduardo Santa Maria, 55 anos, que comprou uma franquia da rede brasileira Giraffas, está sentindo essa realidade na pele. Sua unidade da rede de fast-food, localizada em Miami, precisa concorrer com marcas estabelecidas há muito tempo no imaginário consumidor local. “É um mercado muito amplo, com oportunidades, mas a concorrência é selvagem.”
Na Flórida, onde mantém dez lojas, a Giraffas tem um modelo diferente do adotado no Brasil. Em solo americano, a rede vende culinária brasileira de baixo preço. Depois de passar um ano azeitando a operação de seu restaurante, Eduardo agora começa a pensar em abrir uma segunda unidade. “Estou em fase de consolidação”, diz o empresário. Ele diz que a recente reformulação no cardápio, que incluiu um geral corte nos preços (o prato mais caro agora custa US$ 9,99), animou as vendas.
Apesar dos desafios, Eduardo – que já foi dono de restaurantes do McDonald’s no País – diz que a opção de viver em Miami é definitiva. “Zerei minha vida no Brasil. Vou ficar aqui”, diz o empresário, explicando que vendeu os negócios que administrava no País. Pai de duas crianças – de 12 e 9 anos -, ele acredita que os filhos do segundo casamento terão uma formação mais completa do que a dos já adultos. “Morar fora do País põe as pessoas em situações adversas (que ajudam na formação). Acho importante essa alternância de culturas.”
Apesar de ter investido no restaurante e comprado casa na cidade de Aventura, entre Miami e Fort Lauderdale, o visto de Eduardo é temporário. “A burocracia ainda está em processo.”
Facilidade – Por ter morado nos EUA e sido casada por um americano, Valéria Toledo, de 40 anos, teve uma facilidade cobiçada pelos brasileiros que planejam se mudar para Miami: o green card, documento que dá o direito de morar e trabalhar no país.
Depois de viver na Flórida por 11 anos, a empresária voltou para o Brasil em 2005 e morou em Curitiba e no Rio de Janeiro – na capital fluminense, estabeleceu uma clínica de estética que prosperou. O retorno à Flórida foi definido por um assalto à mão armada no ano passado. “Passei a ficar com medo de tudo, não saía mais de casa. Para quem vive sozinha estava ficando perigoso demais.”
O trauma com a violência fez a empresária alugar o apartamento em que morava, arrendar a clínica e ir embora com objetivo sem olhar para trás. Há sete meses em Miami, estabeleceu uma nova clínica – batizada Dermaclinic by Valéria Toledo – em um bairro chique. Com as economias que tinha, comprou um apartamento de US$ 350 mil e está refazendo sua vida.
Como tem o green card, Valéria não precisa, como outros brasileiros, gerar empregos em solo americano para garantir o direito de ficar legalmente no país. Por isso, além de trocar o Rio de Janeiro por Miami, também reduziu bastante sua carga de trabalho. Em Miami, a clínica de estética é um empreendimento individual, em que as clientes são atendidas somente com hora marcada. “Mudar foi uma escolha de qualidade de vida. Eu queria uma coisa menor.”