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Governo Dilma acabou, diz Aécio, enfático. E Eduardo Cunha deve deixar o cargo

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Gustavo Aguiar

Em entrevista ao programa Preto no Branco, de Jorge Bastos Moreno, exibido neste domingo, 6, no Canal Brasil, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que o governo da presidente Dilma Rousseff está acabado. Na avaliação do presidente nacional do PSDB, Dilma está “ilhada” por falta de diálogo e não há possibilidade de ela se manter no cargo.

Aécio voltou a dizer que perdeu a eleição de 2014 para uma organização criminosa e não para um partido político. “Nós vivemos uma campanha quase heroica diante da forma como esse grupo político se apoderou do Estado para ganhar a eleição, descumprindo a legislação durante todos os momentos” respondeu o senador à pergunta sobre o erro que teria cometido durante a disputa no ano passado.

Para o senador,oposição não tem o que conversar com o governo. “Quando perdi a eleição, sinalizei que estava pronto para ser chamado para uma conversa, ela desligou com arrogância e estamos hoje nessa situação. A presidente nunca demonstrou vontade sincera de conversar. E hoje, vamos conversar sobre o quê? O governo acabou”, insistiu.

O tucano também reconheceu que não acredita que Dilma tenha sido beneficiária pessoal da corrupção, fazendo referências ao esquema de pagamento de propina em contratos com a Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato, e das pedaladas fiscais cometidas pelo governo no ano passado. “Não acuso a presidente de corrupção pessoal. Não acho que ela tenha sido beneficiária pecuniária, mas com certeza ela foi beneficiária política”.

Cunha – Aécio também reafirmou que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) “não tem mais condição de ser presidente da Câmara dos Deputados”, e que o seu partido votará pela cassação do parlamentar. O senador deu a entender que o apoio inicial ao peemedebista não era uma unanimidade dentro do PSDB, mas que a garantia foi uma troca por Cunha ter oferecido à oposição espaço para atuar dentro da Casa. “Não é fácil num partido grande como o PSDB, com tantas diferenças, ter uma posição conjunta”, disse.

“Cunha, quando venceu (a presidência da Câmara), nos ofereceu espaços em relatorias importantes de CPIs, para que pudéssemos fazer oposição. Vieram as denuncias da Procuradoria Geral da República e nós dissemos que aquilo era muito grave, mas que Cunha precisava ter o direito de se defender. As respostas dele foram pífias, e não convenceram a ninguém”, explicou.

Eleições – Sobre as próximas eleições presidenciais, Aécio se mostrou otimista mas disse que o PSDB precisa se organizar internamente para definir quem será o nome que concorrerá à Presidência. O senador não descartou a possibilidade de entrar mais uma vez na disputa. “Esse não é o único caminho da minha vida, mas se ela caminhar nessa direção, vou estar pronto. Se for pra outro, não me frustrará”. De acordo com Aécio, seja na Presidência ou não, ele quer “trabalhar para dar fim ao ciclo de governo do PT”.

estadao

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