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Dissidência do PMDB revela ter votos suficientes para destituir o líder Picciani

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Daniel Carvalho, Igor Gadelha e Daiene Cardoso

Integrantes da ala oposicionista do PMDB afirmaram na noite desta terça-feira, 8, já ter obtido votos suficientes para destituir Leonardo Picciani (RJ) da liderança do partido. Caso Picciani realmente caia, assumirá o comando da bancada Leonardo Quintão (MG), deputado desde 2007.

A destituição foi costurada ontem dentro do Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente Michel Temer. Para o deputado Osmar Terra (RS), Picciani “perdeu a autoridade” ao fazer por conta própria as indicações para chapa original para formar a comissão especial que decidirá sobre a continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Picciani indicou apenas peemedebistas com tendência governista, o que gerou um racha na bancada e a formação de uma chapa alternativa, de viés oposicionista, que terminou vencendo a disputa de hoje por 272 votos a 199. “Ele não ouviu ninguém. Não foi líder do PMDB, foi líder da Dilma”, afirmou Terra. “Deveria ter pedido para sair”, disse o deputado.

Quintão preferiu adotar tom mais sereno, mas diz já ter 40 assinaturas, mais que as 34 necessárias para destituir o líder. Segundo o mineiro, Picciani será comunicado na manhã desta quarta-feira, 9. “Estou fazendo um apelo ao partido para sentar e unificá-lo”, disse.

Picciani não foi localizado nesta noite. À tarde, havia minimizado o movimento para tirá-lo do comando da bancada. “Me parece que eles estão muito afoitos”, afirmou. “Conto com apoio da maioria da bancada do PMDB. Vou continuar exercendo a liderança com serenidade”, disse Picciani. “Falar é uma coisa, fazer é outra. Precisam ter os votos para isso (para remover o líder). Tenho convicção de que não possuem votos para isso”, disse Leonardo Picciani.

O peemedebista disse que secretários do Rio de Janeiro se disseram disponíveis para retomar seus mandatos na Câmara e apoiá-los. São o secretário de Esporte, Lazer e Juventude do governo do Rio, Marco Antônio Cabral, e o secretário-executivo de coordenação de governo do Rio, Pedro Paulo.

estadao

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