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Joaquim Levy entrega chave do cofre a Barbosa e Valdir Simão fica com o Planejamento

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Felipe Meirelles, com Agências

Joaquim Levy esteve na tarde desta sexta-feira, 18, com Dilma Rousseff. Levou junto para a conversa Nelson Barbosa. Numa despedida rápida – presenciada por Jaques Wagner, chefe da Casa Civil -, ficou acertado que o ministro do Planejamento passaria a ocupar imediatamente a cadeira do ministro da Fazenda. Depois, já no fim da tarde, veio o anúncio de que Valdir Simão, ministro-chefe da Controladoria Geral da União, fica com a vaga de Barbosa.

Os rumores sobre a saída de Levy do governo de Dilma Rousseff cresceram nos últimos dias depois da discordância do ministro e a equipe econômica sobre a meta fiscal para 2016. Na quinta-feira, Levy participou de reunião no Conselho Monetário Nacional (CMN) e usou um tom de despedida ao encerrar ao encontro. Depois, praticamente admitiu a sua saída ao falar do que considerou seus maiores avanços.

Quadro negro – Em mensagem de fim de ano a jornalistas na qual faz uma crítica à atuação do País no esforço fiscal, ao mesmo tempo que afirma ter feito sua parte no ajuste que propôs, o agora ex-ministro da Fazenda diz da sua insatisfação com arroubos de vaidade política de setores do governo que não abraçaram, o ajuste fiscal defendido por ele.

Levy lembra que ao longo do ano, medidas de aperto acabaram modificadas e abrandadas pelo Congresso Nacional. “Em alguma medida, a falta de maior sinalização de disposição mais imediata de esforço fiscal por parte do Estado brasileiro também piorou as expectativas dos agentes econômicos, inibindo decisões de investimento e consumo, com reflexos negativos no nível da atividade econômica e na geração de empregos, que poderão se estender por 2016”, disse.

“Eu e minha equipe fizemos o que foi proposto em janeiro, pelo menos naquilo que dependia de nós”, disse o ministro, ponderando que foi possível avançar em parceria com outros órgãos do governo e especialmente com o Congresso. “O tempo saberá mostrar os resultados que se colherão de tudo que foi feito até agora”, afirma.

Levy disse ainda que chega ao fim de 2015 preocupado com a situação do País, mas mantém confiança na capacidade de recuperação da economia. “Seria uma injustiça comigo, com minha equipe e com a presidente Dilma Rousseff achar que o País enfrenta uma recessão pelo fato de termos proposto e, em alguma medida, já implementado um ajuste fiscal”, disse.

O ministro também afirmou que a votação da meta de superávit primário para 2016 nesta semana traz uma sinalização importante. Ele ponderou que o cumprimento da meta, aprovada sem a permissão de abatimentos, exigirá novas receitas. De acordo com Levy, isso será mais difícil agora que o governo não conseguiu que as MP 692 e 694, com medidas de ajuste do imposto de renda, fossem votadas este ano.

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