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Reintegração de área no Jardim Botânico termina com feridos

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Oficiais de Justiça cumpriram na manhã desta segunda-feira (5) mandado de reintegração de posse contra o Clube Caxinguelê, no bairro do Horto, na zona sul da capital fluminense, em cumprimento à determinação da 17ª Vara Federal do Rio, em uma ação que se arrastava há quase 20 anos. Para cumprir a ação, agentes da Polícia Federal, além de soldados da Batalhão de Choque e do 23º Batalhão da Polícia Militar, responsável pela região, deram cobertura ao cumprimento da medida judicial.

Para tentar impedir a ação, cerca de 60 moradores que moram no terreno do Jardim Botânico do Rio ocuparam a área do clube. A Tropa de Choque usou bombas de gás lacrimogêneo para liberar o espaço, atiradas para dentro do clube. Pelo menos duas pessoas passaram mal e foram socorridas pela equipe médica de uma ambulância que estava no local. De acordo com a instituição, o lugar onde funcionava o clube, “além de ser um sítio histórico de extrema relevância para a história do jardim e da cidade, lá também está localizada uma importante nascente que deve ser protegida e conservada”.

Em nota, a presidenta do Instituto Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Samyra Crespo, detalhou a reintegração do terreno. A dirigente lembrou que o processo de devolução à instituição da área de sua propriedade, “ocupada indevidamente ao longo de décadas”, começou em maio do ano passado, completando agora um ano. Em abril último, conforme a nota, a União passou oficialmente as terras ao Jardim Botânico e encaminhou a decisão para registro em cartório.

“Há um plano organizado para a saída de moradores e de instalações não compatíveis com a destinação da área diversas vezes divulgado. Nesse plano cabe à SPU – Secretaria de Patrimônio da União – dar assistência aos moradores e cabe à administração do Jardim planificar a requalificação ambiental do espaço”, explicou a dirigente. A retirada do clube da área da instituição, informou, faz parte desse processo.

De acordo com a nota, a desocupação da área conhecida como Caxinguelê, onde estava instalado o clube, foi decidida pela Justiça há mais de um ano, após quase 20 anos de litígio. “O clube está dentro do arboreto [coleção de plantas] tombado pelo Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional], próximo a um dos monumentos históricos mais importantes do Jardim, o Aqueduto da Levada, construído em 1853, e que tinha por função trazer a abundante água que vinha do Maciço da Tijuca”, informou a instituição.

No lugar reintegrado ao Jardim Botânico, a direção anunciou que haverá a instalação de uma nova estufa de orquídeas, “expandindo nossa coleção científica hoje bastante acanhada por falta de espaço, e em um futuro próximo iniciaremos obras para a recomposição paisagística e recuperação do monumento que ali se encontra”.

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