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Advogados dos corruptos armam “cama de gato” para juiz Sérgio Moro, PF e MP

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Felipe Meirelles

Estão querendo intimidar o Poder Judiciário, a Polícia Federal e o Ministério Público na condução da Operação Lava Jato. O primeiro sinal veio de nota (paga a peso de ouro por letra de linotipo) publicada por defensores de todos os acusados de saquearem os cofres públicos. Há muito dinheiro patrocinando advogados renomados que se passam a fazer o papel de advogados de porta de cadeia – estes sim, que merecem ser aplaudidos quando tentam tirar de trás das grades quem rouba para comer.

Para mostrar que estão dispostos a continuar seu trabalho, os procuradores da república, por meio da sua associação nacional, rechaçaram em nota à imprensa, não paga, o manifesto pago por um grupo cem advogados sobre a Lava Jato. Trata-se de um ataque ao Ministério Público e à Justiça brasileira, acusaram os procuradores.

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“A publicação paga, veiculada em vários jornais do Brasil, é de autoria de muitos dos advogados dos próprios investigados na Lava Jato, que se revelou como o maior caso de corrupção da história do país”, afirma a entidade da classe. E acentua, em tom firme, que a carta dos advogados “ataca indistintamente instituições e pessoas, sem qualquer tipo de especificação de fatos, o que contradiz o princípio que veda acusações genéricas. É inegável que as investigações promovidas pelos Procuradores da República e por policiais federais estão sendo criteriosas e culminam em provas robustas.”

Os juízes federais também não ficaram quietos diante do manifesto de advogados com críticas à atuação de Sérgio Moro. “A quebra de um paradigma vigente na sociedade nunca vem desacompanhada de manifestações de resistência. Gritam e esperneiam alguns operadores desse frágil sistema que se sentem desconfortáveis com a nova realidade nascente. Há décadas, a imprensa brasileira veicula notícias referentes a desvios de bens e recursos públicos, cujos responsáveis – políticos, empresários, pessoas poderosas – raramente pagavam pelo crime cometido. O poder financeiro lhes possibilitava contratar renomadas bancas de advogados para ingressar com infindáveis recursos protelatórios nos tribunais – manobras que, em geral, levavam à prescrição da pena e à impunidade do infrator”, enfatiza a associação dos magistrados, em nota (não paga) distribuída à imprensa.

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Na carta aberta (paga) contra a Lava Jato, os advogados iniciam o documento dizendo que a operação ocupa um lugar de destaque na história do país “no plano do desrespeito a direitos e garantias fundamentais dos acusados”. Segundo o documento, “nunca houve um caso penal em que as violações às regras mínimas para um justo processo estejam ocorrendo em relação a um número tão grande de réus e de forma tão sistemática”. Os advogados citam desrespeito a questões como a presunção de inocência, alegam que há um desvirtuamento do uso da prisão provisória e vazamento seletivo de documentos e informações.

A sociedade brasileira está na expectativa de ver nas próximas horas a carta da turma da Polícia Federal. Mas políticos, criminalistas e juristas concordam que o clima é de confronto. Sugerem, a propósito, a necessidade de o Supremo se manifestar e criar uma armadura em torno do juiz Sérgio Moro. Se não for assim, avaliam, a vaca pode ir para o brejo, e os corruptos, para praias paradisíacas.

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