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Sugestão franca e conselho sincero a Figueiredo, que não largava o seu Parliament

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José Escarlate

Logo no início de seu governo, em junho de 1979, o presidente João Figueiredo, fumante inveterado, recebeu a visita de cortesia do cardiologista Euryclides de Jesus Zerbini, irmão de seu colega de caserna, general Euryale de Jesus Zerbini, preso e reformado pela revolução.

Nessa época, Figueiredo fumava de dois a três maços de cigarros Parliament, por dia. O doutor Zerbini tentou catequizar o presidente para que ele deixasse de fumar, mostrando os malefícios do cigarro e da nicotina. Figueiredo concordou e revelou ao cardiologista a dificuldade que tinha em se afastar do cigarro, sob o argumento de que, “se eu deixar de fumar, meu caro Zerbini, engordo 10 quilos e morro de enfarte”.

Tempos depois, em longa conversa com o ex-ministro da Saúde do governo Geisel, Paulo de Almeida Machado, Figueiredo confessou que fumava desde os 16 anos de idade e que não conseguia ficar sem fumar.

“Pode fumar bastante, presidente” – disse o ex-ministro. “Pode fumar bastante porque o mal já está feito”. Para João Figueiredo, foi o conselho mais sincero que recebeu sobre o cigarro.

PV

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