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Baratinha dá exemplo de paz e segurança para as crianças de Brasília nos primeiros passos

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Paulo Victor Chagas

Tradicional na programação dos carnavalescos de Brasília, oficialmente, Baratinha é voltado para o público infantil. O bloquinho, no entanto, recebeu adesão de pessoas de todas as idades na tarde desta terça-feira (9) e encontrou na conscientização contra as drogas a sua principal mensagem.

Com muita chuva de espumas e serpentinas, desviando de bolhas de sabão e ouvindo o som de estalinhos, os brasilienses aprovaram o carnaval do bloco, que ensina ao mesmo tempo a adultos e crianças como se divertir sem fumar ou ingerir qualquer tipo de bebida alcoólica. A minipraça de alimentação montada perto do palco onde, mais tarde, vai se apresentar a Banda da Baratinha cumpriu as recomendações dos cartazes que proíbem a venda de cigarros e bebidas alcoólicas – somente pastéis, cachorro-quente, churros, espetinhos, algodão doce, refrigerante e água são vendidos.

Mãe de uma menina, Ísis Araújo participa pela quarta vez consecutiva do Baratinha, que desde as 14h se concentrou no Parque da Cidade, região central de Brasília. Ela elogia a organização e o fato de o bloco não permitir a venda de bebidas, nem de cigarros. “A criança se espelha muito no que ela vê. Se ela vê que a pessoa pode se divertir sem álcool, ela vai levar isso pra frente. Então, prefiro [blocos com essa orientação]”, afirma.

Desta vez, além da filha Laura Cibelly, disfarçada de fada madrinha aos 8 anos, Ísis desfilou com a sobrinha, Letícia Santos, que com apenas 7 anos usava um véu e se definia como “noivinha”. “Tem adulto, criança, todo mundo se diverte por igual. Não tem diferença. Adulto e criança é a mesma coisa aqui”, diz a mãe da fadinha.

Paulo Henrique, diretor do bloco, lembra que começou na Baratinha quando criança como folião e explica afirma que o intuito da mensagem é proposital. Segundo Paulo Henrique, o Baratinha surgiu há 34 anos,quando alguns foliões perceberam que não havia uma programação gratuita voltada para as crianças.

“O pessoal ama muito porque aqui a gente proíbe o consumo de bebidas e de cigarros, e aí as mães vêm agradecer e elogiar, porque o pai que nunca brincou com a criança vem pra cá. Ele vai ter que jogar espuminha, jogar confete, botar a criança no cangote, brincar e pular Carnaval”, diz Paulo Henrique.

Avó dá nota 10 – Pulando com a mesma animação de quem tem a idade dos quatro netos que a acompanharam, a comerciante piauiense Maria Neuza Gomes, de 58 anos, deu nota 10 à a folia na Baratinha. “Uma maravilha. É muito bom para os pais curtirem com as crianças. Elas brincam, se divertem e aí ficam o ano todo perguntando: ‘Quando vai ter de novo? Quando nós vamos?’. Fica na cabeça da criança”, afirma a piauiense, que mora há 27 anos em Brasília.

Em meio a saudáveis duelos com spray de espuma, em que os pequenos e os grandes disputavam quem lambuzava mais o outro, alguns pais eram vistos com cabelos pintados de roxo, verde e azul. Cores chamativas eram as principais escolhas das crianças para alvejarem os pais com os tubos de spray. O técnico em informática Wendel Silva, de 30 anos, ressalta que geralmente não consegue muito tempo para brincar com o filho.

“Com a alegria de ver o filho contente, acaba que a gente volta a ser criança. Aproveita o que não pôde fazer antes, e faz hoje”, diz Wendel, ao lado do filho Luís Felipe, de 5 anos, e da esposa, que está grávida do segundo filho do casal.

Como o evento é público, o diretor do bloco Paulo Henrique reforça o convite, lembrando que a distribuição de refrigerantes, água e doces é gratuita para os pequenos. Esta é a segunda vez que o bloco se concentra no carnaval este ano. A primeira foi no domingo (7). Paulo Henrique lembra, porém, que o Baratinha, assim como os contos de infância, tem hora para acabar: 20h30. “Às 22h, nosso público tem que estar de pijama e pantufa, dormindo”, brinca.

Agência Brasil

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