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Faça o teste achando logo a letra O e provando que você é uma pessoa concentrada

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Observe atentamente as duas imagens justapostas logo abaixo. Há duas letras O escondidas entre as letras Q.

Se você demorou para encontrá-las, ou mesmo não conseguiu localizá-las, concentração não é o seu forte, e você pode ter, em casos mais extremos, Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

Foi o que constatou uma pesquisa realizada pela professora Nilli Lavie, do Instituto de Neurociência Cognitiva da Universidade College London, no Reino Unido.

Assim como nos diferenciamos uns dos outros segundo características de nossa personalidade, como extroversão ou amabilidade, o estudo sugere que a distração pode ser, na verdade, um traço cognitivo.

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As descobertas foram publicadas no periódico científico Psychological Science.

“Todos nós sabemos por experiência pessoal que algumas pessoas parecem mais propensas a lapsos de atenção do que outras. Ao mesmo tempo, sabemos que a falta de atenção e a distração caracterizam pessoas com um diagnóstico clínico de déficit de atenção/hiperatividade”, explica Lavie.

“Isso nos levou a estudar a hipótese de que possa haver um traço de distração que todos nós temos em algum grau. O grau máximo seria, assim, o TDAH”, acrescenta.

Para pesquisar se esse traço existe de verdade, Lavie contou com a ajuda de outra pesquisadora e pediu a 174 adultos que completassem uma tarefa no computador para medir a capacidade de concentração.

Os participantes tinham de encontrar duas letras O escondidas em meio a várias letras Q. Tão logo completassem a tarefa, deveriam apertar um botão.

Em 25% dos 384 testes realizados, um desenho aparecia em cima ou embaixo das letras com o intuito de desconcentrar o participante.

O desenho não tinha nenhuma função no exercício. O grau de distração foi, então, medida pelo grau com que a imagem retardava a resposta do participante.

Após os testes no computador, os integrantes do estudo completaram um questionário sobre sintomas de TDAH na infância.

Os resultados mostraram que a distração estava associada ao grau dos sintomas de TDAH que os participantes relataram ter apresentado na infância.

Conclusão – A associação com os sintomas de TDAH sugere que a distração é um traço contínuo em diferentes níveis na sociedade.

“Concluímos que a distração é um traço que já está presente durante a infância e leva pessoas a sofrer lapsos de atenção durante toda a vida adulta”, diz Lavie.

Segundo os autores, o estudo pode ajudar a entender por que alguns indivíduos parecem ser particularmente mais propensos a acidentes ou erros causados pela falta de atenção.

“A descoberta de um traço de distração é importante porque a atenção serve como um porta de entrada para todo o processamento da informação”, diz Lavie.

“Ter um traço desses acentuado pode impactar a performance profissional e educacional de um indivíduo, além de sua capacidade de foco em atividades diárias, como a leitura.”

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