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Antes tarde do que nunca. Depois da Papuda arrombada agentes cobram respostas

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Zildenor Ferreira Dourado

Em audiência pública realizada nesta segunda-feira (29), no plenário da Câmara Legislativa, servidores que atuam no sistema socioeducativo do DF cobraram do governo medidas urgentes para lhes garantir melhores condições de trabalho. E fizeram um alerta: estão atuando em risco de rebeliões e fugas dos internos.

O debate, proposto e presidido pelo deputado Wellington Luiz (PMDB), atraiu parlamentares e representantes de órgãos envolvidos com a política de segurança voltada aos menores infratores. Wellington Luiz enfatizou a gravidade da questão. “Infelizmente, temos que bater de novo na mesma tecla. Mas assim como ocorreu na Papuda, existe uma tragédia anunciada. É preciso que se faça alguma coisa logo. Depois não adianta ficar procurando culpados”.

O distrital frisou que, caso medidas concretas não sejam adotadas no sentido de sanar as principais carências, terá que “convocar” o secretário de Políticas Públicas para Crianças, Adolescentes e Juventude, Aurélio Guedes, para prestar esclarecimentos na Câmara Legislativa sobre o não-enfrentamento das principais questões denunciadas.

O presidente do Sindicato dos Servidores da Carreira Socioeducativa do DF, Cristiano Torres, ressaltou que de 2010 para cá não houve evolução na infraestrutura do sistema. “Não temos resultados, e do jeito que está não dá para ficar. Precisamos de treinamento, estrutura e valorização”.

O sindicalista criticou o governo por também desativar postos policiais nas unidades de internação. Ele confirmou que estão em “operação padrão” e que as aulas para os internos que deveriam iniciar hoje nas unidades ainda não têm previsão de serem retomadas. Ele afirmou que a categoria pode decidir iniciar uma greve, a partir de hoje, na assembleia convocada pelo sindicato.

O deputado distrital Raimundo Ribeiro (PSDB) lembrou que o Estado paga um preço muito elevado para manter um menor infrator nas unidades de internação, sem garantir aos servidores as condições necessárias para que os servidores possam trabalhar com segurança. “Qual é o plano pedagógico do governo para o sistema? Quais são os seus resultados”, indagou o parlamentar.

“É preciso um equilíbrio entre as ações pedagógicas que devem ser desenvolvidas pelo sistema e a segurança necessária para o trabalho dos servidores “, defendeu o defensor-geral da Defensoria Pública do DF, Ricardo Batista. “Não existe segurança sem investimentos”, exortou.

“Enxoval” – O secretário-adjunto da Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude, Antônio Carlos de Carvalho, apresentou uma lista de equipamentos, como lençóis e colchões, que foram adquiridos pela secretaria, e anunciou que está em andamento a instalação de equipamentos de raio-X para revistas corporais e câmeras de monitoramento.

O deputado federal Alberto Fraga (DEM) foi aplaudido pelos servidores quando criticou a lista das ações apresentadas pelo secretário-adjunto para a melhoria do sistema. “É um enxoval para esses menores bandidos e nada para os servidores. Esses infratores têm que ser tratados a pão e água”, advertiu.

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