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Pezão acusado de envolvimento com a Máfia dos Sanguessugas

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O governador Luiz Fernando Pezão, que tentará a reeleição para governador em outubro pelo PMDB, responde a oito ações públicas, cinco delas vinculadas à máfia dos sanguessugas. As supostas irregularidades, apontadas pela Procuradoria Regional Federal, ocorreram em 2004, quando Pezão era prefeito de Piraí, no interior do estado. Superfaturamento e irregularidades em licitação também estão na “lista”.

Em dezembro de 2010, Pezão chegou a ter parte dos bens bloqueados (equivalente a R$ 103 mil). Na gestão do ex-governador Sérgio Cabral, ele foi, além de vice, secretário de Infraestrutura e coordenador no Estado do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal. Em cinco processos, a Procuradoria diz que a máfia dos sanguessugas “estendeu um de seus tentáculos de atuação até o município de Piraí”.

O MPF utilizou como base auditorias da CGU (Controladoria-Geral da União) feitas após a divulgação do escândalo, em 2006. Em sua defesa, Pezão negou as irregularidades apontadas. Afirma que os convênios considerados suspeitos foram auditados pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) e pela própria CGU em 2004 sem a identificação de nenhum problema. Em 25 de fevereiro, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região desbloqueou os bens de Pezão. Mas ele segue respondendo aos processos.

Segundo relatórios da CGU, houve superfaturamento na compra das ambulâncias e irregularidades no processo de licitação. O objetivo, diz a Procuradoria, era direcionar o resultado para as empresas do esquema.

De acordo com o Ministério Público Federal, a máfia dos sanguessugas atuava na elaboração de projetos para municípios apresentarem ao Ministério da Saúde, na aprovação do convênio, e na fraude da licitação de compra da prefeitura.

A Procuradoria vincula o então prefeito à quadrilha com base no depoimento de Luiz Antônio Vedoin, sócio da Planam, principal empresa do esquema. Ao detalhar a ação criminosa, ele afirma que o grupo agiu em Piraí.

De acordo com Vedoin, não foi “realizado nenhum pagamento aos prefeitos” das cidades onde atuou.
Mas diz que “todos tinham prévio conhecimento de que as licitações eram direcionadas”. Não há menção direta ao vice-governador do Rio.

As emendas que garantiram os recursos para as compras suspeitas foram dos ex-deputados Dino Fernandes, Cornélio Ribeiro, Luisinho e Paulo Baltazar, citados no escândalo -os dois últimos são réus em um processo cada.As empresas vencedoras de cinco licitações foram a Santa Maria e Klass, que faziam parte do esquema.

Outros três processos a que Pezão responde referem-se também a compra de ambulâncias com verba do Ministério da Saúde. O MPF, porém, não os vinculou aos sanguessugas.

 

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