Jucá, queridinho do Planalto, propõe que o PMDB siga os seus próprios caminhos
Publicado
emDaniel Carvalho, Beatriz Bulla e Julia Lindner
Um dos principais aliados do governo no Congresso, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) cobrou que a presidente Dilma Rousseff tome providências para solucionar o atual momento de “extrema dificuldade” e afirmou que esta responsabilidade não é do PMDB, que, segundo ele, é apenas “um coadjuvante”. Neste sábado, durante a convenção nacional do partido, em Brasília, em meio a gritos de “fora, Dilma”, Jucá disse que, a partir de agora, a legenda passará a discordar do governo “em alguns pontos”.
“O governo tem que se colocar e tomar providências. O governo vive hoje um momento de extrema dificuldade. Os quadros têm se agravado, os problemas têm crescido”, afirmou Jucá, que, nos bastidores, participou das conversas que decidiram pelo desembarque gradual do governo, em um prazo de 30 dias.
“Até 30 dias, vamos avaliar o quadro e, a partir daí, tomar uma decisão pela grande maioria do partido e deverá ser seguida pelos membros. Até lá, é difícil antecipar qualquer posição. Preferimos agir com cautela, responsabilidade, dando um passo firme de cada vez, mas em direção de um futuro melhor”, disse.
O senador eximiu seu partido de culpa pela crise. “Não cabe ao PMDB comandar o País. O PMDB está numa aliança, participa do governo, através dessa participação procura ajudar. No Congresso, temos votado matérias importantes para o governo e para o País. Agora, o comando do Brasil não é do PMDB. O PMDB é um coadjuvante nessa ação”, disse Jucá.
O senador afirmou que, a partir desta convenção, a postura do partido mudará. “A partir de agora, com essas nova comissão executiva, vai marcar de forma clara, transparente, o posicionamento do partido sobre cada questão. Em alguns pontos concordando com o governo, em outros, discordando claramente do governo, colocando os argumentos e colocando o que a gente pensa”, afirmou Jucá.