Saúde pode reclamar de tudo, menos da falta de dinheiro para equipamentos, diz Liliane
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emBartô Granja, Edição
Não é por falta de dinheiro que persiste a situação de penúria nos hospitais públicos de Brasília, quando se trata de equipamentos para exames de imagem. É o que declarou nesta terça-feira, 15, a deputada Liliane Roriz (PTB), lembrando que em setembro de 2015, conseguiu articular com mais outros quatro distritais para que as emendas dos cinco parlamentares fossem destinadas para resolver a questão.
– Foram R$ 27 milhões que serviriam para a digitalização do sistema de imagem da rede pública de saúde, uma vez que o sistema está prestes a parar. Quase seis meses depois, a situação continua de mal a pior, lamentou a deputada ao término de uma verdadeira odisséia pelos hospitais.
“É uma pena. Me reuni com os deputados do meu bloco na Câmara, mostrei a situação e ficamos convencidos de que esse valor serviria para resolver esse problema. A população continua sofrendo nos hospitais. Não tem desculpa: dinheiro tinha, mas não foi usado”, sublinhou Liliane.
Segundo a deputada, os hospitais de Base, de Planaltina, Taguatinga, Ceilândia, Paranoá, Brazlândia, Guará, Gama, Samambaia, Santa Maria, Sobradinho, Hran estão com equipamentos como raios-x, tomógrafo, mamógrafo, ressonância quebrados ou funcionando parcialmente.
Dinheiro de emendas – Com esse levantamento em mãos, Liliane articulou com o Bloco Força de Trabalho ao qual fazia parte na época e decidiu que os cinco deputados do Bloco dariam suas emendas, um total de R$ 27 milhões, para a aquisição de máquinas novas. A decisão contrariou sugestão do Governo, que enviou à Câmara Legislativa um cardápio de tópicos em que os deputados poderiam colocar suas emendas, como por exemplo pagamento de empresas de vigilância de hospital. A aquisição de equipamentos novos era prioridade para o Bloco.
Liliane lembra que pediu empenho da Secretaria de Saúde para que a emenda do Bloco fosse aplicada. Pela equipe da própria secretaria, ficou sabendo que melhor que comprar equipamentos seria investir os R$ 27 milhões na digitalização do sistema de imagem da rede pública de saúde, uma vez que, segundo fontes da secretaria, o sistema está prestes a parar.
Então, a destinação do recurso foi mudada para não haver problemas com a licitação. A equipe técnica da secretaria chegou a licitar tudo, empenhou, mas o serviço não foi concluído, pois a verba, por ser emenda de 2015, só poderia ter sido usada até meados de janeiro deste ano, o que não ocorreu.
Ou seja: a rede precisando, a deputada consegue o recurso, faz a emenda e garante que a demanda seria atendida. A equipe técnica faz todo o processo, licita, responde possíveis erros ao tribunal de Contas, consegue levar o projeto até o fim. O que caberia ao governo, que era usar o recurso de Liliane Roriz e outros quatro deputados – Agaciel Maia, Telma Rufino, Juarezão e Raimundo Ribeiro – para salvar pelo menos a parte de imagens da rede pública. “E não foi feito. Lamentavelmente”, diz Liliane.