Calleri marca gol ‘fantasma’ no apagar das luzes e São Paulo enfim ganha uma
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emGonçalo Junior
O atacante Jonathan Calleri salvou o São Paulo aos 44 minutos do segundo tempo com um gol quase sobrenatural diante do Botafogo, no Pacaembu. Desequilibrado e com pouco ângulo, o argentino tirou um coelho da cartola no final do jogo e foi o responsável pelo placar sofrido de 1 a 0, encerrando um jejum de cinco jogos sem vitória do São Paulo.
Com o tento, Calleri também encerra um jejum pessoal. Seu último gol havia sido marcado no dia 8 de fevereiro. Ao todo, foram dez jogos de jejum. De quebra, o gol recolocou o time do Morumbi na ponta do Grupo C, com 17 pontos, mesma pontuação do Audax, em desvantagem nos critérios de desempate.
Calleri foi contratado como grande esperança de gols do Boca Juniors e teve início avassalador. Ele marcou três gols em dois jogos e encaminhou uma passagem marcante – seu contrato vai apenas até o final do semestre. Ele havia marcado contra o Cesar Vallejo, pela fase de preliminar da Libertadores, e mais dois na partida contra o Água Santa.
Em seguida, alternou boas e más atuações. Seu futebol caiu juntamente com a crise são-paulina. Deixou de fazer gols e também acumulou atuações apagadas. Nesta quarta-feira, parece ter dado o primeiro passo para recuperar a boa fase.
O gol de Calleri foi uma espécie de redenção da equipe em uma noite difícil. Na
igualdade desta quarta, o treinador Edgardo Bauza errou no esquema tático inicial, voltou atrás no intervalo, mas não conseguiu mostrar um time criativo e dinâmico. O Botafogo tem 11 pontos e é o lanterna do Grupo A, do líder Santos, e luta contra o rebaixamento.
O argentino foi o jogador mais adiantado do novo esquema adotado pelo técnico Edgardo Bauza. Foram escalados três volantes para proteger a zaga e mais dois meias (Daniel e Ganso) para fazer a bola chegar ao ataque. Não houve articulação entre esses setores, no entanto. Calleri ficou isolado e praticamente não fez nada no primeiro tempo.
O primeiro tempo foi sofrível, do ponto de vista da criação de jogadas. Daniel e Ganso fizeram apenas uma boa jogada, uma tabelinha no meio da etapa inicial. E a zaga também não foi protegida porque a melhor chance foi do Botafogo quando Denis salvou um chute no ângulo, aos 34.
Bauza soube voltar atrás e fez uma espécie de mea culpa no intervalo. Desmontou o esquema iniciou e escalou a revelação Lucas Fernandes no lugar de Carlinhos. Depois optou por Kardec para buscar o jogo aéreo e até Kelvin. Calleri, antes isolado, ganhou companhia e a equipe começou a pressionar principalmente no jogo aéreo.
A partida foi uma despedida simbólica do Pacaembu.
O próximo jogo em casa, no dia 2 de abril, será no Morumbi, contra o Oeste. No final da partida, os quase três mil pagantes no Pacaembu, o segundo pior público do São Paulo no torneio, engoliram a vaia que já estava ensaiada e aplaudiram. Mas apenas o atacante argentino.
No domingo, o São Paulo volta a campo no clássico com o Santos, às 18h30, na Vila Belmiro, enquanto o Botafogo pega o Audax no sábado, no mesmo horário, em casa.