Com déficit no orçamento de 3 bilhões, Distrito Federal pode ser riscado do mapa
Publicado
emZildenor Ferreira Dourado
Em audiência pública para prestação de contas do exercício fiscal de 2015, realizada no plenário da Câmara Legislativa nesta quinta-feira (31), o secretário adjunto de Planejamento, Orçamento e Gestão, Renato Brown, confirmou em relatório detalhado que o governo fechou 2015 com déficit orçamentário de R$ 3 bilhões. Em sua exposição, lembrou também que o GDF recebeu uma dívida de R$ 1,4 bilhão da gestão anterior.
O subsecretário respondeu a vários questionamentos de deputados distritais e outros interessados que participaram da audiência, enfatizando que as despesas da folha salarial estão em torno de 80% do orçamento. Brown defendeu que o GDF adotou várias medidas para redução do déficit, desde que assumiu o governo em janeiro do ano passado. Destacou, por exemplo, cortes nos gastos com cargos comissionados, aluguéis de veículos, combustíveis, viagens a serviço, contratação de consultorias.
O presidente da Comissão de Fiscalização, Governança, Transparência e Controle da Câmara Legislativa, deputado Rodrigo Delmasso (PTN), ressaltou a importância da prestação de contas feitas à Câmara Legislativa para esclarecimentos de dúvidas sobre a situação orçamentária do DF.
O deputado Chico Leite (Rede) demonstrou preocupação com a correta utilização dos recursos arrecadados da população e quis saber qual a situação real das finanças do DF. “Pelos números que recebi do Ministério Público de Contas estamos chegando quase à inviabilização do DF como unidade da Federação. Por isso, precisamos saber a verdade sobre o déficit e a gestão dos recursos públicos, como um direito dos cidadãos”, advertiu.
Sindicalistas – “Infelizmente, servidores públicos são sempre chamados para pagar a conta desses desequilíbrios, como está acontecendo agora com o projeto de lei complementar 257/2016 defendido por governadores e que retiram direitos conquistados, aumentando até a alíquota do INSS”, criticou o presidente do Sindireta, Ibrahim Youssef, conclamando os servidores a se mobilizarem contra essas medidas.
Já o vice-presidente do Sinduscon, João Carlos Pimenta, comentou que o quadro de crise econômica provocou no DF a redução de 90 mil empregados no setor para apenas 20 mil trabalhadores. “Não sabemos onde é que estão essas pessoas agora”, protestou. Concursados do metrô também se manifestaram nas galerias cobrando a convocação para assumirem seus cargos públicos.