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Criminalidade urbana é o maior risco para os Jogos, diz gerente do Comitê Rio

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Alana Gandra

O sistema de segurança para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos que ocorrerão em agosto e setembro na capital fluminense estará pronto em maio. O Comitê Rio 2016 contará com 9 mil agentes de segurança privada, que se somarão aos cerca de 80 mil agentes das forças de segurança pública que atuarão no Rio. De acordo com o gerente de Integração de Segurança do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, coronel Roberval Ferreira França, o maior risco para os Jogos é a criminalidade urbana. “Estão sendo adotadas medidas preventivas para tratar o tema”, destacou hoje (6) durante palestra sobre gestão de riscos dos Jogos, no 5º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro.

O contingente que atuará no Rio só perde para os Jogos de Inverno de Sochi, quando o governo da Rússia convocou 100 mil agentes para o esquema de segurança, diante da ameaça de terroristas, em 2014. Nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, foram empregados 42 mil agentes.

O comitê tem a preocupação de repassar informações de segurança para os 1,2 milhão de turistas que estarão na cidade para os Jogos e para as pessoas que adquiriram 7,5 milhões de ingressos para a Olimpíada e as 3,3 milhões para a Paralimpíada, até o momento. “[A finalidade é que] a pessoa colabore com condutas que ajudem a prevenir riscos.”

Outra preocupação é com os atletas que forem desclassificados, mas que permanecerão na cidade para a festa de encerramento. ”Temos o compromisso formal de garantir a segurança dessas pessoas”, ressaltou.

Sisitema integrado

O padrão de operação de segurança integrada, desenvolvido pelo governo brasileiro para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, chamado Viso (do nome em inglês), se torna referência para as próximas olimpíadas, por decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI). O sistema baseou-se em padrões de melhores práticas internacionais de avaliação, gestão de risco, gestão estratégica, inclusive da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Em convênio com mais de 100 países, é feito o alinhamento com serviços de inteligência, para troca de informações.

“O COI se interessou muito pelo padrão desenvolvido aqui, entende que ele tem um alto grau de maturidade e declarou que pretende aplicar esse padrão em competições futuras”, afirmou. Esse sistema não exclui a possibilidade de ocorrência de ações terroristas, de acordo com o gerente.

Ele explicou que a operação de segurança está atenta também aos chamados “lobos solitários” (terroristas que agem individualmente). “A velocidade com que essa detecção é feita e o alerta é emitido vão influenciar na capacidade de prevenir ou de reprimir qualquer intenção de um agente desse tipo em relação aos Jogos.”

Apólices de seguro e resseguro foram contratadas pelo COI, pelo Olímpico Brasileiro (COB) e pelos comitês olímpicos dos países que enviarão atletas ao Brasil, incluindo a cobertura de sinistros de todo tipo, entre os quais ataque terrorista.

O padrão Viso está monitorando também 80 grupos sociais que programam manifestações para os dias de eventos.

Números

Na Olimpíada, que se estenderá de 5 a 21 de agosto, 10,9 mil atletas de 206 países disputarão as provas em 42 campeonatos mundiais. Na Paralímpiada, serão 23 campeonatos que ocorrerão entre 7 e 18 de setembro, englobando 4,350 mil atletas de 177 países. Além da cidade-sede, que é o Rio de Janeiro, os jogos de futebol da Olimpíada serão realizados também em Belo Horizonte, Brasília, Salvador, São Paulo e Manaus. Além disso, os 45 mil voluntários tiveram seus antecedentes investigados, bem como possíveis ligações com organizações criminosas.

A previsão é que 110 chefes de Estado e de Governo participem da cerimônia de abertura da Olimpíada, no Maracanã. Eles devem ficar, em média, três dias na cidade, para cumprimento de agendas oficiais e visita às instalações e equipes. Na solenidade de encerramento, deverão estar presentes 60 chefes de Estado e de Governo. O risco à segurança está associado à presença dessas personalidades, destacou o gerente do Comitê Rio 2016.

Já os riscos à segurança dos atletas começam no desembarque na cidade. O coronel disse que as delegações também trarão suas estruturas próprias de proteção. Somente a Agência Federal de Investigação (FBI), dos Estados Unidos, trará ao Brasil 2 mil agentes para proteger seus atletas. Esse é o maior efetivo até agora. França adiantou que outras delegações terão ainda forte esquema de segurança, como Canadá, Alemanha, França, Israel, Austrália, Inglaterra. A média por país varia de 100 a 300 agentes.

Agência Brasil

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