Gripe H1N1. Quando, quem e por que ser vacinado contra a doença do porco que mata
Publicado
emPaloma Suertegaray
Crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, mulheres que deram à luz há até 45 dias e trabalhadores de saúde das redes pública e privada podem ser vacinados contra a influenza A (H1N1) a partir desta segunda-feira (18). Os grupos foram priorizados pela Secretaria de Saúde para o início da campanha nacional — antecipada no Distrito Federal de 30 de abril para hoje — por apresentarem maior risco de desenvolver complicações devido à doença.
O balanço dos primeiros dias deverá ser divulgado ainda nesta semana pela pasta. A vacina é aplicada gratuitamente em qualquer centro de saúde da rede pública, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas.
Além da imunização, para se proteger do H1N1, recomenda-se redobrar cuidados (veja arte) durante os próximos meses, já que o outono e o inverno são as estações de maior incidência da gripe. Da mesma forma que outros vírus — como bocavírus, rinovírus e adenovírus —, ele pode causar resfriados, influenza (ou gripe, como é conhecida) e síndrome respiratória aguda grave, quadro mais severo dos três.
Segundo a diretora de Vigilância Epidemiológica e Imunização, da Subsecretaria de Vigilância à Saúde, Cristina Segatto, é importante diferenciar os três tipos para a escolha da melhor forma de tratamento. “O resfriado, por exemplo, é mais leve. Geralmente, os pacientes apresentam rinite, não têm febre e se curam apenas com repouso e ingestão de líquidos”, explica.
Sintomas – A gripe, no entanto, exige cuidados extras. Ela afeta, principalmente, nariz, garganta, boca, brônquios e, ocasionalmente, pulmões. Os sintomas mais comuns são febre em torno de 38 graus, calafrios, mal-estar, dores no corpo, dor de garganta, prostração, coriza e tosse seca. A infecção dura cerca de uma semana e a transmissão ocorre entre as pessoas por meio das vias respiratórias.
O paciente gripado tem de ficar atento e, caso os sintomas piorem, procurar um médico. “Se a febre alta continuar por mais de três dias e a pessoa começar a sentir falta de ar, é possível que tenha desenvolvido síndrome respiratória aguda grave e é necessário que seja internada”, alerta Cristina.
Para evitar o contágio pelo H1N1, as medidas são similares aos de outros vírus causadores da gripe. Lavar as mãos com água e sabão, evitar lugares aglomerados, cobrir a boca com o antebraço — em vez de usar as mãos, na hora de tossir e espirrar — estão entre exemplos importantes enumerados pela diretora. Pacientes infectados com o vírus também podem utilizar máscaras se precisarem sair de casa. “Dessa forma, a pessoa protege tanto a si quanto a quem está próximo.”
Segunda fase – A partir de 30 de abril, pela campanha nacional, também poderão receber a vacina pessoas com mais de 60 anos, povos indígenas, população privada de liberdade, funcionários do sistema prisional, pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais. Aqueles que têm alergia severa a ovo não devem ser vacinados antes de procurar um médico. A estimativa da Secretaria de Saúde é que sejam imunizados 609 mil brasilienses.
Estatísticas – De acordo com boletim epidemiológico divulgado na sexta-feira (15) pela Secretaria de Saúde, há no Distrito Federal 183 suspeitas de contaminação pelo vírus da gripe H1N1 em 2016. Dessas, 45 — contra 26 na semana passada — foram confirmadas. Entre os casos mais graves, seis são pacientes menores de 5 anos; dois, adolescentes de 15 a 19 anos; 22, adultos de 20 a 59 anos; e cinco, pessoas maiores de 60 anos. Sete estão gestantes e nove, internados (sete destes em unidade de terapia intensiva). Além desses, há outros dez menos graves.
Segundo o informativo, ocorreram mais duas mortes em adultos, mas ambas ainda são investigadas. Na semana anterior, haviam sido registradas três causadas pelo vírus — de moradoras de Águas Claras, do Paranoá e de Vicente Pires. Santa Maria foi a região administrativa em que houve maior incidência até agora: sete.
Agência Brasília