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Ad infinitum

A Clépsidra do tempo e os fatos apresentados pelo alquimista

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Autor/Imagem:
Marco Mammoli - Texto e imagem

Provavelmente, nosso primeiro “marcador de tempo” foi a Lua. Suas mudanças de forma e de posição no céu, de maneira repetida, facilitam a ideia de passagem de tempo. Talvez, ela pode ter sido o relógio primordial de nossa espécie. A Lua, com sua regularidade e previsibilidade, foi crucial para o desenvolvimento dos primeiros sistemas de medição de tempo.

O alquimista sabe medir o tempo pelo movimento e formas lunares, bem como seus significados e presságios. Essa prática baseia-se nos ciclos lunares e no comportamento orbital da Lua em relação à Terra e ao Sol. As fases da Lua são causadas pela iluminação solar variada ao longo de seu ciclo orbital. Reconhecer essas fases e sua duração permitem a marcação de períodos de tempo. Dessa forma o alquimista observou que a Lua leva cerca de 29,5 dias para completar um ciclo completo de suas fases (de Lua Nova a Lua Nova). Esse período, chamado de mês sinódico, era frequentemente usado como base para calendários lunares.

As fases principais, Lua Nova, Quarto Crescente, Lua Cheia e Quarto Minguante, forneciam marcos visuais fáceis de reconhecer, dividindo o mês lunar em quatro partes de aproximadamente 7 dias cada.

Mais que um simples relógio, a Lua sempre foi o calendário mais próximo da cronobiologia do planeta. As fases da lua definiam os momentos de semeadura, colheita, além de orientar o inicio ou fim de uma empreitada.

Ao surgir a Clépsidra, parecia que o controle do tempo estava ao alcance de nossas mãos e vontades.

A Clépsidra, ou ampulheta, foi um dos primeiros mecanismos de medida de tempo. Mais que um instrumento é um objeto carregado de simbolismos mágicos, no qual o tempo é medido com a passagem da água de um ambiente de vidro afunilado, para outro de igual forma e tamanho, posicionado abaixo do primeiro na posição inversa.

Posteriormente, esse mesmo mecanismo seria empregado na ampulheta, apenas substituindo a água pela areia fina.

A ampulheta tem o formato semelhante a duas gotas acopladas formando o número oito que representa equilíbrio, harmonia e solidez; por ser simétrico pode ser dividido igualmente em duas partes.

O oito também nos remete ao símbolo do infinito; quando a ampulheta é girada em noventa graus, indica continuidade, eternidade e fluxo constante, ad infinitum.

Na numerologia, o número oito está associado ao sucesso material, autoridade, eficiência e realização. Ele simboliza a capacidade de concretizar objetivos no mundo físico.

No oriente, China, significa boa sorte, pois sua pronúncia em mandarim, “ba”, soa semelhante à palavra para “prosperidade” ou “riqueza”,”fa”.

Sua forma simétrica é considerada elegante e equilibrada, o que reforça sua conexão com a boa sorte.

Em algumas tradições cristãs, o número oito simboliza um novo começo, já que o oitavo dia (após os sete da criação) representa um novo ciclo.

No esoterismo, pode estar ligado ao conceito de ciclos de vida e renascimento.

E na matemática, linguagem do universo, o oito é o número de vértices de um cubo, simbolizando estrutura e solidez.

É o único número da série inicial que representa dois quadrados, 4+4, sugerindo estabilidade.

O alquimista, ao medir o tempo, reflete sobre ele e descobre muito sobre si mesmo, sobre a vida e sobre os processos alquímicos. O dia que passou não retornará, jamais. O dia que virá é o futuro de promessas e incertezas. O que existe é o agora. O alquimista pratica o Carpe diem e aproveita diligentemente o dia, pois o amanhã é incerto.

Assim é.

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Marco Mammoli é Membro Conselheiro do Colégio dos Magos e Sacerdotisas – @colegiodosmagosesacerdotisas

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