Todo o dia acompanho os notíciário na imprensa brasileira e atônito, vejo o que está acontecendo no país com essa enxurrada de escândalos de corrupção que tomam conta do governo Dilma, o PT, os partidos da base do governo (PMDB, PP e outros menos cotados) e fico pensando quando isto vai acabar.
Intrigado com a onda de escândalos que este governo vem se metendo, vem à lembrança do escândalo que levou Fernando Collor de Mello a deixar o governo. Já se vão 22 anos, desde a publicação na revista Veja na edição de 13 de maio de 1992, quando Pedro Collor, seu irmão, acusava o tesoureiro de campanha, o empresário Paulo César Farias (o PC Farias) de articular um esquema de corrupção de tráfico de influência, loteando cargos públicos e propina que beneficiava o alto escalão do governo e o próprio presidente, o que levou o Congresso Nacional, no mês seguinte, a instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. Aprovado por 16 votos a 5, o relatório final da comissão constatou, também, que as contas de Collor e Paulo Cesar não haviam sido incluídas no confisco de 1990. Foi pedido então o Impeachment de presidente.
O “esquema PC” arrecadou de empresários o equivalente a 8.000.000 dólares (ou 19.000.000 reais) em dois anos e meio do governo Collor (1990 a 1992). Em agosto de 1992 é quando a população começa a ir às ruas para fazer pressão pelo “Impeachment Já”, que teve início ao movimento dos “caras-pintadas”, sindicatos, movimentos sociais e partidos políticos como PT, PCdoB e outros partidos de esquerda. Em votação aberta os deputados votaram pela abertura de processo de impeachment de Collor. Foram 441 votos a favor, 38 contra, 23 ausências e uma abstenção.
Collor renunciou ao cargo, mas, mesmo assim teve seus direitos políticos suspenso por 08 anos, até o ano 2000.
Alias, não fico só pensando quando tudo isso vai acabar, mas como vai terminar. Collor por pouco e muito pouco, se comparado ao volume de dinheiro que envolve os dois governos do PT, Lula e Dilma-2003 a 20014, foi colocado no olha da rua e nada ficou comprovado contra ele, e só recentemente o Supremo Tribunal Federal o absolveu das acusações de corrupção, citando faltas de provas que o ligassem ao esquema de PC Farias.
No entanto, neste governo, a corrupção é tão alarmante que dentro da maior estatal brasileira foi criado esquema criminoso com o objetivo de carrear recursos para o PT e seus aliados, dando origem a uma operação gigantesca que foi montada para cumprir 85 mandatos de prisão ou de busca contra executivos de empreiteiras e outros investigados por crime de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude a Lei de Licitações e lavagem de dinheiro. Diante desta fenomenal operação montada pelo Ministério Público e Polícia Federal o ex-presidente Lula e atual, Dilma Rousseff, fingem não saber de nada. Em 2010, Lula presidente e Dilma, Chefe da Casa Civil de seu governo liberou mais de R$ 13 bilhões para Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
O TCU chegou à conclusão que esses custos estavam superfaturados, mas Lula e Dilma acharam que era melhor tocar as obras. Esta decisão comprova a responsabilidade e envolvimento dos dois num dos maiores escândalos de nossa República. Este escândalo esta registrado no Diário Oficial da União e comprova a conivência de dois presidentes da Republica com a corrupção da Petrobras, ou será que Lula não sabia do que se passava ao lado de sua sala e Dilma, que participou como ministra das Minas e Energia e da Casa Civil, presidiu Conselho de Administração da Petrobras e, depois, como presidente da República? Não, não é possível que ela não soubesse de nada. Como eles são ingênuos!
Para piorar, a presidente Dilma Rousseff faz a defesa das empresas envolvidas dizendo para não demonizar as empreiteiras, como se elas fossem vítimas e não a causa da corrupção em nosso país. Só para lembrar, as empreiteiras foram responsáveis por R$ 207 milhões pelas doações de campanha, segundo a Justiça Eleitoral e de cerca de 10 bilhões num esquema de lavagem de dinheiro, pagamento de propinas a políticos, prepostos da Petrobras e agentes públicos, revelados pela Operação Lava Jato. Sem falar das doações feitas diretamente aos políticos que não passaram pelo crivo da justiça eleitoral, bancos e os meios legais de controle financeiro.
Quando o Ministério Público e da Polícia Federal se dispuserem fuçar as verbas usadas pelos Ministérios da Saúde e Educação, Ministérios das Cidades (Minha Casa, Minha Vida), Ministérios dos Esportes e da Integração Nacional, novo ninho de cobras será descoberto. Como contribuição para descobrir novos mal feitos, estes órgãos poderiam começar fuçando as empreiteiras, prestadoras de serviços e a vida de seus dirigentes e dos políticos eleitos oriundos destas pastas. Não vai sobrar pedra sobre pedra.
Diante dos fatos contundentes que mostram como a corrupção esta infiltrada no governo do PT, os nossos congressistas bem que poderiam fazer o que fez o congresso no governo de Collor e pedir o impeachment da Dra. Dilma (sou contrário a esta ideia), mas não o farão porque, boa parte deles está atolada neste mar de lama de corrupção e a nossa única esperança é contar mesmo com as ações do Ministério Público, da Polícia Federal, Controladoria Geral da União (CGU) e esperar que a justiça faça sua parte julgando e prendendo corruptores e corruptos,
Mas se a presidenta realmente quiser fazer a coisa certa e acabar com as cobras que fazem parte das licitações públicas e doações de campanhas, ela não precisaria esperar pelo congresso, bastaria baixar uma Medida Provisória dizendo que qualquer empresa doadora de campanha eleitoral não poderia participar de licitação pública. Ai queria ver qual a empresa que faria doação de campanha somente por razões ideológicas. Duvido que aparecesse alguém para doar.
Como fazer a coisa certa neste país é muito difícil e complicado, é quase certo que após todas as ações dos órgãos de justiça isso tudo não venha em dar em nada e as empreiteiras e todas as empresas doadoras de campanhas voltem, nas próximas eleições, a fazer suas doações do jeito que sempre fizeram e continuem ganhando os contratos milionários em detrimento das empresas que não fazem o jogo do governo e dos políticos corruptos que infestam este país varonil. Amenos que o povo saia da inércia própria do brasileiro e vá para as ruas e praças, pacificamente, como foi feito com o Movimento das Diretas Já e dos caras-pintadas e cobre pelas mudanças urgente. Sem isto o Brasil não tem solução. Infelizmente.
Juarez Cruz