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Tiro no peito do Estado

A Intentona bolsonarista e a urgente revolução trabalhista

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Pedro Pinho/Via Pátria Latina - Foto Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

O tiro no peito do Estadista Brasileiro prorrogou o 24 de agosto de 1954 até 15 de março de 1979, quase um quarto de século, quando o poder financeiro inicia a desinstitucionalização do Brasil. E, desde então, a cada dia, nossa Pátria vai sendo privatizada e os brasileiros escravizados. Esta intentona que envolveu o Exército Brasileiro mostrou a urgente necessidade de promover a Revolução Nacional Trabalhista, ou seja, dos brasileiros retomarem o controle do Estado Nacional, para que o trabalho de nossa gente e não as finanças apátridas sejam os beneficiários das riquezas do Brasil.

Getúlio Vargas deixou seu testamento na forma de carta aos brasileiros. Recordemo-la sempre para imortaliza-la.

“Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente”.

Que síntese maravilhosa da nossa história, das farsas, das mentiras, das ferozes razões que nos persuadem a aceitar a dominação estrangeira!

E a intentona bolsonarista pretendia colocar o Exército Brasileiro a serviço da ideologia neoliberal, de austríacos, ingleses, estadunidenses, usando a bandeira brasileira como fosse uma fantasia carnavalesca.

Quem cumpriria a missão de defender o Brasil? Apenas seu povo, tomando consciência do que nos roubavam, como marginais perigosos que verdadeiramente são “as aves de rapina (que) querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro”.

E estes inimigos da Pátria dominam as comunicações, impedem o ensino, reduzem as verbas da saúde, tiram nossas casas, alienam as construções para nossa cidadania em favor de um abstrato “mercado”.

E colocam-nos diante de um falso dilema de direita versus esquerda, quando a verdadeira luta se trava entre o trabalho nacional e as finanças apátridas.

O que vem sendo feito desde o embuste burlesco da “redemocratização”? Com ações de Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Michel Temer, Jair Bolsonaro e com as omissões de Itamar Franco, Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff?

O povo trabalhador precisa se levantar, ir às ruas, mostrar que está vivo e atento à permanente alienação que desde o governo do General João Baptista de Oliveira Figueiredo nos assalta, privatiza o Estado no Brasil. Afinal, a quem serve o Estado Nacional Brasileiro? Ao povo ou ao capital financeiro?

A relevância da intentona bolsonarista está na participação de toda hierarquia do Exército: generais, coronéis, majores, capitães. Ficamos perplexos de ver aquele punhado de homens e mulheres, funcionários assalariados do Estado, com a missão altamente digna de defender a Pátria e o Povo Brasileiro de invasões estrangeiras, quer armadas quer por comunicações virtuais, prestarem-se a tão vil papel de traidores.

Um crime sem perdão!

O que diriam os Generais Manuel Deodoro da Fonseca, Floriano Vieira Peixoto, Benjamin Constant Botelho de Magalhães, Estêvão Leitão de Carvalho, Pedro Aurélio de Goes Monteiro, João Batista Mascarenhas de Morais, Severino Sombra de Albuquerque, Newton Estillac Leal, Antônio de Siqueira Campos, Eurico Gaspar Dutra, Júlio Caetano Horta Barbosa, Henrique Batista Duffles Teixeira Lott, José Machado Lopes, Carlos de Meira Mattos, Emílio Garrastazu Médici, Euler Bentes Monteiro, Ernesto Geisel, Leônidas Pires Gonçalves, Oswaldo Muniz Oliva, Jorge Sá Freire de Pinho diante de tamanha vilania? De um Exército, que nas palavras do doutor Darc Antonio da Luz Costa, ex-vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Corpo Permanente da Escola Superior de Guerra (ESG), “sempre se sentiu responsável, pelo seu viés positivista, com a modernização do País”.

Estes generais neoliberais da intentona estão sozinhos. Não representam o Exército de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias.

O recém-eleito Presidente dos EUA, Donald Trump, ao anunciar seu primeiro escalão para governar o país, mencionou a criação de Comissões para reforma ampla do Estado, com grandes poderes institucionais. O Brasil, há 44 anos neoliberal, precisa também desta grande reforma.

Não se trata de ir para casa e continuar usufruindo da condição de servidor público. Quem trai a Nação não pode se servir dela. Ao presidente Lula cabe instituir um organismo, como o fez Donald Trump, credenciado pelo voto popular, ou mesmo com a força de um plebiscito, o modo mais simples e direto de consultar o povo, que lhe permita não só retirar as honrarias que estes militares se auto instituíram, mas todo e qualquer benefício vindo do Estado e do povo que traíram, como os comunistas estalinistas de 1937.

E dar início à urgente revolução nacional trabalhista, com a educação do povo, não apenas no sistema educacional laico, público e universal para todos os brasileiros, mas com a comunicação cotidiana com o povo com o restabelecimento da “Voz do Brasil”, por todas estações de rádio, nas diferentes frequências, por todos os canais de televisão, abertos ou por assinatura, e pelos sites de convivência, mantidos pelos sistemas públicos para atendimento do povo.

O poder público não pode aceitar como inevitável sua privatização, as imposições de um indefinido “mercado”, controlado dos paraísos fiscais por finanças apátridas.

Façamos desta intentona, mais uma vez em nossa história, um “Estado Novo”, este em permanente diálogo com toda população brasileira.

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