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Bicicleta

A jornalista, o engenheiro e a inusitada peça decorativa

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Marcelo Lima

Ela é jornalista, ele, engenheiro. Ele adora cerveja e jogar dardo. Ela adora moda, arte e música. Em comum, além de uma filha e muita afinidade, adoram partilhar os momentos vividos em casa com os amigos. Além, é claro, de dar muitas pedaladas. Atenta aos gostos e hábitos de seus clientes, a arquiteta paulistana Flávia Campos não mede esforços para integrar itens de valor emocional ao desenho dos ambientes que projeta. “Além de imprimir identidade, isso reforça o envolvimento dos moradores com os espaços. Para quem chega, fica nítido que quem mora ali tem personalidade”, acredita ela.

O que aconteceu, aliás, neste apartamento de 120 m², localizado em São José dos Campos, no interior de São Paulo, onde desde o início sua atenção se voltou para a cultuada bike de seu casal de proprietários. “Ela, de fato, tem um valor emocional para eles. Eu não poderia deixá-la de fora do projeto”, conta.

Assim, integrar a peça à decoração – mas sem ficar “over”- foi um objetivo seguido à risca pela arquiteta. “Tomei a bicicleta como ponto de partida do projeto”, assume ela, que não teve maiores pudores de conferir ares de obra de arte ao objeto. Com direito a parede na sala e iluminação específica. Além de um entorno descolado, bem a gosto de seus clientes.

“Meus clientes simplesmente amaram o mix entre peças de desenho menos convencional, como o tambor que funciona como apoio lateral e outras mais contemporâneas, como a poltrona 150, que leva a assinatura de Jader Almeida. “Ficou a cara deles”, comenta a arquiteta que para reforçar ainda mais o clima descontraído, investiu em cores e texturas marcantes.

O uso de tijolinho e do efeito concreto em algumas paredes, por exemplo, ajudou a diluir a frieza do porcelanato bege. “Outro motivo de trabalhar bem as paredes foi desviar a atenção do piso original, aplicado em 45º, que deveríamos manter, mas que não agradava nem a meus clientes, nem a mim”, explica.

“Por meio de intervenções pontuais, tudo ficou mais colorido, mas sem virar um carnaval”, comenta Flávia, como acontece no quarto da filha do casal, que recebeu papel de parede e móbile multicolorido. “Escolhemos juntas. Eu e a dona da casa. Acredito que o revestimento imprimiu autenticidade ao ambiente. Sua padrão geométrico é atemporal. Tenho certeza que ficará por lá durante anos”, conclui a arquiteta.

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