A Magia é um conceito abstrato que pode ser compreendido, literalmente, como saber. E o saber mágico implica no conhecimento do lado oculto das coisas, na ótica do “olho que tudo vê”.
Como os fenômenos inexplicáveis, sobrenaturais e paranormais residem no âmbito da Magia, ela a Magia, e somente ela, pode trazer à luz aquilo que é imperceptível aos sentidos humanos. Reza a lenda que o físico Isaac Newton dizia que “Deus criou o Mundo por número, peso e medida.”; pois, a própria existência do Mundo e do Cosmos seguem a regularidade matemática apontando a presença de Deus, cuja digital está em toda a parte.
Tomemos como exemplo o círculo, figura geométrica que simboliza a unidade e a totalidade. O círculo inclui o quadrado, que representa a ordem e os quatro elementos da natureza – Terra, Água, Ar e Fogo. A circunferência delimita as cerimônias herméticas, e nela está contido o Pentagrama, a estrela de cinco pontas, símbolo do Microcosmo, o Homem divinamente concebido. No âmbito universal, tanto na escala macro como na escala micro, são encontradas as digitais da Criação Divina. São estruturas helicoidais tridimensionais denominadas “Espirais de Fibonacci”.
Assim, a forma circular surge em todo o Universo, criando padrões numa infinidade de formas e organizações espiraladas, mergulhadas no mistério da criação.
Leonardo de Pisa, mais conhecido como Fibonacci, foi um matemático italiano nascido em 1175, na cidade de Pisa, Itália. Ele apresentou a Sequência de Fibonacci, ao mundo ocidental, no livro “Liber Abaci”, publicado em 1202. Na referida publicação, traduzida como “Livro do Cálculo”, Leonardo de Pisa discorreu como resolver cálculos, equações e explicou a reprodução exponencial dos coelhos ao longo de um ano, a partir de um casal dos roedores.
A sequência de Fibonacci é uma série numérica na qual cada número é a soma dos dois anteriores, geralmente começando com 0 e 1. Como se segue: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, … A série de números representa um padrão fascinante, onde a proporção de dois números de Fibonacci sucessivos se aproxima da “Proporção Áurea”, uma constante matemática infinita que encantou artistas, arquitetos e cientistas ao longo dos séculos. Nela, o número seguinte na sequência é o resultado da soma dos dois números anteriores. A divisão de um número e seu antecessor ao longo da sequência se aproxima cada vez mais do Número de Ouro (Φ), Fi, com valor aproximado de 1,61803. Esse número é obtido a partir do cálculo da Razão Áurea, expressa pela fórmula (a+b) /a = a/b = Φ.
Estruturados nessa sucessão numérica, os sistemas circum-espiralados impressionam por sua diversidade, magnitude e funcionalidade. Eles dão formas às galáxias, aos arranjos de massas de ar, furacões, sumidouros fluviais, lacustres e oceânicos. Obedecem a essa formação os movimentos migratórios animais, o ordenamento dos cardumes e bandos de aves e morcegos; a germinação de plantas, estruturação dos galhos e copas das árvores, das flores, moluscos e órgãos humanos, com diferentes funções, como o aparelho auditivo humano. A sequência aparece na origem e hereditariedade humana, pois a estrutura helicoidal do DNA nas cadeias genéticas segue o padrão de Fibonacci.
Os amonites, moluscos que dominaram os oceanos no paleozoico, possuíam a forma espiralada de Fibonacci, nas inúmeras espécies e tamanhos existentes. Algumas delas sobrevivem atualmente, a exemplo dos náutilus, criaturas pré-históricas superadaptadas aos tempos atuais. Os náutilus são animais marinhos dotados de um exoesqueleto calcário no formato de espiral, compartimentado internamente por câmaras retangulares perfuradas por um sifão e utilizadas como dispositivo de proteção e flutuação. A flutuação é controlada através do bombeamento de líquido ou gás para dentro e para fora destas câmaras, semelhantes aos mecanismos dos submarinos, empreendendo movimentos verticais de subida e descida. Os deslocamentos horizontais são iimpulsionados por jatos de água, expelidos por tubos afunilados, instalados entre os dois tentáculos inferiores, deslocando o corpo do animal para a frente ou para trás, atiingindo grandes velocidades.
A Sequência de Fibonacci é também observada no comportamento das baleias no momento da caça. Expelindo borbulhas na água, seguindo a configuração de Fibonacci, as baleias encurralam os cardumes facilitando o apresamento dos peixes.
As formas circulares espiraladas são também encontradas nos redemoinhos formados pelos cabelos na porção superior-posterior da cabeça humana. Na tradição oriental os redemoinhos capilares remetem à origem da vida e representam a entrada da força do Céu no corpo humano. O corpo, portanto, se desenvolveria a partir desse ponto.
Fato curioso é o sentido da rotação em cada hemisfério terrestre. Para os nascidos no hemisfério norte, o redemoinho capilar segue, prioritariamente, o sentido horário; ao passo que os nativos do hemisfério sul possuem a rotação do eixo capilar no sentido anti-horário. Esse mesmo padrão rotacional é seguido na região intertropical do Planeta. Acima do Equador as massas de ar e correntes marítimas seguem a direção horária; no hemisfério sul, a direção geral dos ventos e das águas oceânicas acompanham o padrão anti-horário.
Esta sequência misteriosa é muito mais do que uma simples lista de números; consistindo numa chave poderosa que abre uma infinidade de padrões naturais e criados pelo homem. A sequência numérica de Fibonacci estrutura as pétalas das flores, as folhas de alface, o couve-flor, e uma infinidades de objetos, órgãos e fenômenos em todo o Universo.
Ao observar a área central da flor do girassol encontraremos dois conjuntos de espirais contendo as sementes; um enrolado no sentido horário e outro no sentido anti-horário. Curiosamente a configuração ilustra a composição Yin e Yang, o princípio universal masculino e feminino. Esse arranjo permite ao girassol armazenar o número máximo de sementes, utilizando o espaço de maneira mais eficiente, otimizando a reprodução e garantindo a perpetuação da espécie.
O designe da Espiral Dourada é frequentemente utilizado nas obras de arte, arquitetônicas e decorativas, em virtude das propriedades visualmente harmoniosas que apresenta. Quando os números de Fibonacci são ordenados para criar quadrados e retângulos sequenciados de uma maneira específica, forma-se uma estrutura helicoidal. Assim, a “Espiral Dourada” aparece em vários aspectos da cultura humana, desde as pirâmides egípcias, o Partenon, na Grécia, até a composição do rosto da Mona Lisa, o misterioso quadro de Leonardo da Vinci.
A magia dos números de Fibonacci reside na sua aplicabilidade universal, na beleza inerente e no papel fundamental para a compreensão dos padrões da vida e do Universo. Os algarismos contém energia e vibrações cósmicas, apresentando uma visão intrigante da linguagem matemática da Natureza, demonstrando como os padrões se repetem de formas surpreendentes, desde o microcosmo de uma flor até o macrocosmo de uma galáxia.
Certamente Leonardo de Pisa desconheceu as implicações e conexões universais do Padrão de Fibonacci, mas é incontestável que o seu legado matemático nos oferece uma ligação profunda entre números, natureza, arte e Magia.
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Hussein Sabra el-Awar é Membro do Colégio dos Magos e Sacerdotisas – @colegiodosmagosesacerdotisas