José Escarlate
Na viagem aos States, com Aurora, Ana Lúcia e Merval Pereira, o destino era São Francisco da Califórnia, a cidade da Golden Gate Bridge, principal cartão postal da Califórnia. A ponte liga São Francisco a Marin County e, depois, a Sausalito.
É um lugar diferente. Lindo, com suas ladeiras sinuosas por onde trafega um bondinho com lagartas, para segurar a descida, evitando que suas rodas patinassem nos trilhos. O bondinho, chamado cable-car, é a grande atração. As casas têm estilo vitoriano. Havia alí a marca da diversidade cultural. São Francisco – que os americanos chamam Frisco – foi construida entre uma cadeia de montanhas por colonizadores espanhois.
Fisherman’s Warf – Lá do alto se vê a grande e protegida baía, com suas quatro ilhas, a mais famosa delas, Alcatraz, que foi um famoso presídio onde o chefão do FBI, J. Edgard Hoover – que era gay – guardou por longos anos o gangster Al Capone.
Hoje, Alcatraz virou centro de turismo e esse presídio-museu atrai cerca de 1,2 milhão de visitantes/ano. Há até um tour que tem como guias ex-presidiários e ex-guardas. Muitos, já bem velhinhos, mas que defendem uma grana. Não entramos em Alcatraz, com medo de não nos deixarem sair.
Outras grandes atrações, o Fisherman’s Warf e o Pier 39, o ponto mais turístico da cidade. O Fisherman’s Warf é uma grande construção onde existe um maravilhoso restaurante de frutos do mar, semelhante a uma aquibancada, cercado por gaivotas e barcos pesqueiros.
Castro, bairro gay – Há, também, o Museu Marítimo Histórico de São Francisco, com exposição de embarcações de todos os tipos, navios que atuaram no segundo conflito mundial, como submarinos, e até antigos veleiros dos tempos dos piratas, que remontam a 1886. Alguns eram utilizados no transporte de mercadoria para a Europa e Oceania.
No seguimento, uma imensidão de barracas que vendem de tudo. São frutas, verduras, lagostas, camarões e caranguejos e vários outros frutos do mar. Uma festa, se você não fizer a conversão do dólar. Não é surpresa para ninguém recordar que foi em São Francisco que nasceu o movimento “hippie”, numa cidade inteiramente liberal.
Lá existe um bairro gay, um primor, denominado Castro. É que alí se instalaram imigrantes europeus e admiradores da seita, no início do século XX. Enquanto aqui era novidade, em Castro é registrado o maior número de casamentos entre pessoas do mesmo sexo.