Estava olhando as atualizações de uma rede social e me deparei com várias imagens da brincadeira que foi proposta de se publicar uma foto de 10 anos atrás. Vi muitas pessoas postando fotos de rosto, corpo e imagens bem divertidas recheadas de bom humor.
Mas, acabei me deparando com uma que me tocou fundo e me entristeceu. Na publicação a imagem de um coração há 10 anos e uma pedra representando o ano atual. Li alguns comentários, compreendi e me identifiquei em vários deles, mas também me entristeci.
Estamos vivendo um momento de muita tristeza, a maldade está mais aflorada, vemos notícias que nos assustam todos os dias nas mídias sociais. Passamos pelas ruas e nos deparamos com pessoas precisando de ajuda, sabemos o quanto dói olhar para isso, pois por mais que ajudemos as pessoas, salvá-las está muito além de nossas possibilidades.
Muitas vezes a dor é tão grande que acabamos endurecendo o coração, não damos conta de viver com tanta miséria e desigualdade. A ganância é assunto na televisão diversas vezes ao dia, a briga pelo poder toma conta, não há limites para se alcançar o que se quer, mesmo que isso implique em milhões de pessoas passando fome.
Outro dia parei para conversar com uma pessoa cega que estava claramente perdida na rua, um senhor chorando porque roubaram as vassouras dele, o seu ganha pão. Como pode alguém ter a coragem de fazer isso? Passei o dia todo entristecida e doída.
Não está fácil passar por esse momento com o coração aberto, às vezes endurecemos na tentativa de aliviar a dor em função do descrédito no futuro, da falta de esperança que grita dentro de nós em muitos momentos. Podemos focar no que temos visto e ouvido de ruim e fechar o coração, ou, ampliar o olhar e identificar o quanto o bem reina entre nós.
Quantos grupos ou pessoas espalhados pelo mundo inteiro têm nos mostrado que é possível sim ficar com o coração aberto mesmo em meio à dor. Propus-me a divulgar o máximo de boas notícias em meu Facebook e tenho me surpreendido em conhecer histórias lindas, desde pequenas ações que são grandiosas até as mais belas mobilizações para ajudar pessoas que precisam de ajuda.
Devemos direcionar o foco para que nossas ações, por mais pequeninas que sejam, possam fazer a diferença na vida de alguém. Quando nos propomos a sair desse lugar de espectador e partimos para a ação entendemos dentro do coração que podemos muito mais. Saímos do racional que fica o tempo todo avaliando prós e contras e deixamos simplesmente fluir.
Nós temos um poder infinito de ajudar o outro, seja com um sorriso gratuito, um elogio, até ações mais concretas para deixar alguém mais feliz ou aliviado. Doe seu tempo, doe uma palavra, doe como puder, mas faça a diferença. Vamos sair desse engessamento e dar um passo à frente, podemos ir além.
O coração, o amor, é nosso maior tesouro, podemos ir longe quando deixamos esse sentimento fluir. A dor? Ah! Essa faz parte, com o tempo vamos aprendendo a lidar com ela, nos emocionamos, choramos, sentimos, mas continuamos vivos, sensíveis, presentes.
Não feche o seu coração, não permita que ele endureça, simplesmente faça a sua parte.