E se… já reparou que, volta e meia, a gente usa essa frase pequenina, tentando imaginar o que seria de nossa vida se tivéssemos feito uma escolha diferente no passado, que talvez tivesse mudado todo o nosso presente? E isso vale para quase tudo… “e se eu tivesse feito isso, será que teria conseguido tal coisa?…”
Sim, vivemos sempre nessa incerteza, sem saber se a escolha que fizemos foi realmente a melhor e qual seria nosso destino se nossa decisão tivesse sido diferente…
O passado é imutável, mas aquele gostinho de “talvez as coisas fossem diferentes se eu tivesse tomado aquele caminho” nos persegue, como o fantasma dos natais passados…
Embora tenhamos noção de que nossas decisões seguem determinados parâmetros, a dúvida sempre nos persegue. Queremos mudar nosso destino, mesmo sabendo que tal não é possível…
Estamos sempre curiosos sobre como seria nossa vida se não tivéssemos seguido o caminho que realmente escolhemos. Essa curiosidade é maior quando enfrentamos alguma dificuldade. E pode ser em qualquer campo… sentimental, profissional…
Não nos é dado o poder de escolha sobre nossas ações. Simplesmente recebemos duas opções e temos que decidir em segundos qual caminho seguir. Mesmo quando temos a ilusão de poder pensar sobre nossas escolhas…
Sim, a vida é uma incógnita, que sempre nos prepara uma surpresa. Que pode ser boa ou não, depende do contexto momentâneo. E que nos obriga a seguir em frente, sem titubeios. Fazer uma boa ou má escolha não depende, realmente, de nosso discernimento. Depende do instante que vivemos. Pois uma má escolha pode ser a única opção viável naquele momento…
Vivemos sempre em função do futuro… que na realidade é o nosso presente, que na verdade não existe. Afinal, o presente passa tão rápido por nossa vida que nem temos tempo de aproveitá-lo…
Se analisarmos com atenção, o famoso “e se…” é, na verdade, a esperança que temos de que, em uma escolha futura, possamos mudar toda nossa vida… é de fato a esperança de conquistar uma vida “melhor”, seja lá o que isso quer dizer…
Vamos viver um dia por vez, aproveitando ao máximo tudo aquilo que a vida nos proporciona. Perseguir quimeras que a muito já se dissiparam nas brumas do tempo apenas nos deixa angustiadas por “talvez” termos deixado escapar um presente e um futuro “melhor”…
A vida é curta para ficarmos remoendo momentos passados que nada acrescentarão ao nosso presente e futuro. Na verdade, se insistirmos no “e se…” podemos até ofuscar nossa luz interior e acabar tateando nas penumbras… e isso não seria bom para nossa evolução… então, o melhor é deixar o “e se…” de lado e partir para a luta, enfrentando o presente e o futuro com a certeza de que todas as nossas escolhas passadas foram acertadas e que nada poderia ser diferente em nossa vida…