Gabriela Moll
Representantes de movimentos sociais e moradores de Águas Claras participaram da quinta edição da Roda de Conversa na noite desta quinta-feira (28). O debate direto com o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, ocorreu no Ginásio do Colégio La Salle e contou com a presença de cerca de 700 pessoas.
Desde as 19 horas, a população já enchia o local para se inscrever no Fale na Roda, sorteio que permitiu a participação durante o evento que durou cerca de duas horas. Foram 148 inscritos — 89 cidadãos comuns e 59 representantes de movimentos, entidades e associações. Essa é a segunda vez que o encontro ocorre em 2016, os outros três foram em 2015. Em 10 de março, Rollemberg esteve em São Sebastião para debater os problemas da região administrativa com as 500 pessoas que participaram do encontro.
Uma apresentação do grupo Associação Lagoa Azul Capoeira abriu a Roda de Conversa hoje, às 20 horas. Ao chegar, o governador de Brasília fez um breve relato sobre os 16 meses de gestão. “Enfrentamos muitas dificuldades financeiras, mas tenho convicção que conseguimos avançar”, ressaltou. Rollemberg destacou ações como corte de gastos com pessoal, obras de mobilidade e infraestrutura, entregas de unidades habitacionais no Riacho Fundo e no Paranoá, construção do Bloco 2 do Hospital da Criança José Alencar e inauguração de dois viadutos em Águas Claras.
Em seguida, os sorteados puderam usar o microfone. O cantor Jocelino Leal, de 78 anos, foi o primeiro a chegar ao ginásio para participar da Roda de Conversa. Sorteado, o morador ficou frente a frente com o governador de Brasília e finalmente fez a sua queixa: “Quero que o Executivo una forças para a construção de um hospital regional”. Rollemberg disse que o governo tem projetos de unidades básicas de saúde para Águas Claras e que, com ajuda de emendas parlamentares, pretende avançar com a ideia.
O representante do Conselho Comunitário do Condomínio 208 Sul de Águas Claras Carlos Galante, de 60 anos, reclamou da situação das vias. “Entendemos que a pista não sustenta as chuvas e que, apesar de o governo tapar buracos, não há uma melhora efetiva”, disse.
Já o servidor público Manoel Neto, de 33 anos, falou da falta de sinalização de trânsito e de equipamentos no Areal, como quebra-molas. Convidado pelo governador a responder, o diretor-presidente do Departamento de Trânsito do DF, Jayme Amorim, disse que a autarquia iniciou os trabalhos no local e que querresolver a situação em breve.
Outro problema, de acordo com o morador, é a quantidade de terrenos abandonados, que viram foco de proliferação do Aedes aegypti. “Vou pedir para que a força-tarefa contra a dengue aja de forma imediata no local”, afirmou Rollemberg. “Infelizmente, não podemos fazer vistoria em alguns locais, mas vamos pressionar os moradores que deixam focos de proliferação do mosquito”, reforçou o governador de Brasília.
O professor Marcos Bozuka, de 34 anos, reclamou da falta de calçadas e de faixas de pedestres. “Em maio, vamos abrir a licitação para obras de construção de calçadas e precisamos que a administração identifique as áreas prioritárias”, avisou o governador.
Educação – O diretor do Centro de Ensino Fundamental Vila Areal, Jorge Luiz de Carvalho Oliveira, de 46 anos, denunciou a situação precária da unidade de ensino. “Estamos improvisando tudo o que podemos, mas precisamos de obras de reconstrução”, disse.
Acompanhado pelo secretário de Educação, Júlio Gregório Filho, Rollemberg disse que a unidade é prioridade do plano de obras da pasta, mas que o orçamento não permitirá reforma imediata. “Vamos fazer o possível para abrir a licitação ainda neste ano.”
Acompanhado de uma intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras), Fernando Jacomini, presidente Associação Desportiva dos Surdos de Brasília, pediu atenção do governo às entidades que apoiam pessoas com deficiência. De acordo com ele, não é bem definido qual secretaria coordena e protege os interesses dessa parte da população.
Ao final, o governador agradeceu a participação de todos e reforçou que, além dos 14 sorteados, o Executivo quer dialogar com a população de forma aberta. Contribuições e sugestões podem ser enviadas para a ouvidoria e para as redes sociais do governo.
Agência Brasília