O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, declarou nesta quinta-feira, 27, que os direitos do povo palestino “não estão disponíveis para barganha” e acusou os Estados Unidos de enfraquecer a solução de dois Estados para o conflito com Israel.
A declaração ocorreu um dia após o presidente americano, Donald Trump, ter sugerido que apoia a ideia, há muito tempo discutida como a maneira mais eficaz para resolver o conflito Israel-Palestina.
Abbas suspendeu os laços com a administração de Trump em dezembro, depois que os EUA afirmaram reconhecer Jerusalém como capital de Israel. Para os palestinos, a decisão impediu que qualquer plano para a paz possa ser levado em frente. Além dessa, outras medidas tomadas pelo governo americano recentemente são vistas pela Autoridade Palestina como favoráveis a Israel.
“Jerusalém não está à venda”, disse Abbas, recebendo aplausos ao iniciar seu discurso na Assembleia-Geral da ONU. “Os direitos do povo palestino não estão disponíveis para barganha”, acrescentou.
O líder disse que os palestinos nunca rejeitariam uma negociação, mas “é irônico que a administração americana ainda fale sobre o que chama de ‘acordo do século’”. “O que resta para esta administração dar ao povo palestino?”, questionou. “O que sobra como uma solução política?”
Trump falou sobre a solução dos dois Estados também durante reunião com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, na quarta-feira 26. O presidente americano disse acreditar que os dois Estados – Israel e um futuro Estado palestino – “funciona melhor”. Ele foi vago ao falar do assunto, sugerindo que apoiaria o que as duas partes concordarem em fazer. “Se israelenses e palestinos querem um Estado, está tudo bem para mim. Se quiserem dois Estados, está tudo bem para mim. Ficarei feliz se eles estiverem felizes.”
O Banco Mundial alertou que a economia de Gaza está em “queda livre”, tendo registrado queda de 6% no primeiro trimestre deste ano e desemprego superior a 50%. Um relatório do banco pediu a Israel e à comunidade internacional para tomar medidas que revertam a situação, de modo a evitar o “colapso imediato” da região.