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Roberto Amaral Escreve

Abraço de urso de Lula para vencer 2º turno vai sacrificar mais o povão

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Roberto Amaral* - Foto de Arquivo/Marcelo Camargo - ABr

A Faria Lima tem razão? – Após o pronunciamento das urnas, no 1º turno das eleições municipais, pondo a nu, para além dos números assustadores, o fôlego e o avanço das direitas brasileiras (a protofascista e a amiga da traficância), uma boa gama de próceres petistas veio a público. Às análises seguiram-se as cobranças de “ajuste de rota”.

Em comum, o reconhecimento do “desempenho decepcionante” da maior legenda da socialdemocracia brasileira, e o diagnóstico da necessidade de uma reconexão do Partido – como da esquerda em geral – com a juventude, com os trabalhadores, com a periferia dos grandes centros.

A resposta veio rápida. Aparentemente estimulado por seu ministro da fazenda, Lula recebeu na última quarta-feira (16/10) os maiores banqueiros do país, em encontro inédito neste mandato, para ouvir-lhes as queixas e cobranças. Na mesma data os jornalões expunham um esboço do pacote de medidas que a dupla Tebet-Haddad deve propor ao presidente, passado o 2º turno.

Pelo que foi dado a conhecer, a pauta deverá debitar à conta dos mais pobres (até mesmo dos que dependem do Benefício de Prestação Continuada!) o preço do ajuste imposto pelo “arcabouço fiscal”, elevado à condição de dogma sagrado pelo mercado financeiro e o neoliberalismo anacrônico.

Especula-se a probabilidade de ataques aos reajustes do salário mínimo, à previdência social e, até mesmo, de uma tunga na multa do FGTS. Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo (FSP), o ministro Haddad, antes mesmo do encontro do presidente com a nata da Faria Lima, expressara seu incômodo com a elevação dos gastos sociais, quando reiterou seu compromisso com a “austeridade” exigida pela classe dominante.

É, claro, trata-se de uma estratégia possível, embora muito nos lembre as lições da escola de Chicago. Resta saber o que diremos amanhã, se a economia não responder e a população, empobrecida, não entender nossa reviravolta. Diremos, então, que estávamos “do lado certo da História”? Que essa era a única via para conter o avanço do neofascismo?

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