O eleitor indeciso geralmente é o mais crítico entre todos. O candidato inteligente e bem assessorado sabe que é esse voto – o do indeciso – que vai definir as eleições. Por isso, deve tentar conquistá-lo.
No Distrito Federal as pesquisas mostram um cenário embolado com vários candidatos empatados tecnicamente. E mesmo os que estão figurando entre os primeiros colocados não podem ter certeza de vitória.
No folclore político brasileiro todos sabem que de bumbum de criança e cabeça de eleitor pode sair qualquer coisa, inclusive nada.
Está difícil escolher entre os candidatos que disputam vagas no Legislativo e principalmente a cadeira do Buriti, seja pelo histórico de cada um, seja pelas propostas – esdrúxulas – que demonstram quanto os buritizáveis são despreparados e mal assessorados.
No quesito “honestidade” (que vai muito além da ficha limpa e envolve apoiadores), o eleitor indeciso olha para alguns candidatos e fica na dúvida se eles formaram chapas eleitorais ou quadrilhas.
Diz a máxima que quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra. Nessa altura das eleições já tem alguns caquinhos espatifados pelo chão! E não dá nem para ser reciclado porque na capital do País não tem usina de reciclagem de vidro! Talvez os resíduos sólidos precisem entrar na pauta dos candidatos. Fica, portanto, a dica.
Aliás, nas pautas dos candidatos estão faltando discussões e propostas em temas de suma importância para o Distrito Federal. Isso faz o eleitor crítico indeciso supor que os candidatos não têm qualquer conhecimento sobre temas como urbanismo, gestão do território (que não é a Agefis), gestão do Patrimônio Tombado, Turismo (que não se resume a grandes eventos), meio ambiente e sustentabilidade, entre outros .
Os debates não saem do arroz com feijão da saúde, segurança e educação e das trocas de farpas que parece até briguinha de criança que disputa brinquedo e enfiando o dedo no olho do coleguinha.
Dedo no olho dói, mas, nem se compara com um bom nocaute em um ringue com adversários fortes em uma luta de gente grande.
No mais recente debate entre os candidatos ao Governo, Rodrigo Rollemberg colocou o dedo no olho dos adversários, que só souberam dizer que ele está desesperado com a possibilidade de perder as eleições. Esse é um fato bastante provado, respeitadas as últimas pesquisas.
Nenhum deles parece ter lido jornais nas últimas semanas. Supõe-se que as mãos de Rollemberg estejam sujas de areia de praia. Se as assessorias dos adversários trabalhassem melhor, poderiam destruir os castelos de areia do governador.
O nível dos candidatos é fraco. E o eleitor indeciso, percebendo isso, fica pasmo.
A falta de aprofundamento dos temas sociais é flagrante até na ausência dos termos corretos empregados pelos candidatos quando debatem o assunto. No caso das “Ações Afirmativas”, por exemplo, Eliana Pedrosa não soube aproveitar o nível mais rasteiro do que umbigo de cobra do candidato Rogério Rosso, que parece desconhecer que pobreza tem cor.
Ter na ponta da língua os dados demográficos de cada região é essencial numa campanha política. E saber interpretá-los é ainda mais importante.
Falta quem realmente conheça o Distrito Federal nessas assessorias políticas. Gente que pise na lama, que ande de ônibus, que participe de movimentos sociais, que viva a cidade e que tenha formação acadêmica para interpretar dados.
O problema é que políticos geralmente se cercam de quem tem preço e não de quem tem valor. E quem tem preço costuma passear na cidade de carro ou de helicóptero. E só conhece a pobreza de perto quando é obrigado a fazer campanha na periferia em época de eleição.
Em consequência, os candidatos fazem bobagens, como propor a extinção da Agefis em vez de sugerir uma auditoria no órgão. E não revelam quanto vai custar para os cofres essa extinção e o que vai ser criado no seu lugar.
Falam em criar Secretaria da Família, Secretaria Eclesiástica… e tem candidato dizendo que não vai receber salário de governador como se isso fosse a coisa mais importante para Brasília. Nesse caso específico, o eleitor olha e pensa: quando a esmola é grande o cego desconfia.
Vivemos a era da informação. Tudo está acessível na internet a um clique. Portanto, ser inteligente, bem articulado, ter uma boa assessoria e não tentar fazer os eleitores de bobos é essencial para quem quer se destacar e vencer as eleições.