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Nosso lado sombrio

Abrir a jaula é fácil… difícil mesmo é fechá-la depois

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Autor/Imagem:
Tania Miranda - Foto Irene Araújo

Quantas personalidades cabem em cada pessoa? Essa é uma pergunta difícil de responder… afinal, reconhecemos apenas uma personalidade. Mas a realidade não é bem assim. Somos seres múltiplos, mesmo não percebendo tal fato. Para constatar esse fato é só ficar atentos em nosso modo de agir durante o dia. Então vamos perceber o quanto mudamos de acordo com os acontecimentos…

Claro que fiscalizarmos a nós mesmas é mais difícil. Não conseguimos acompanhar as nuances dessa mudança, pois estamos envolvidas no processo. Tampouco dá para acompanhar as pessoas ao nosso lado. Isso porque vamos ver refletido nessas pessoas a imagem que temos destas.

Dificilmente notaremos qualquer variação em seu comportamento, a menos que seja realmente uma mudança considerável…

Somos o que poderíamos chamar, na falta de um termo melhor, Legiões de personalidades, todas a postos para assumir o controle quando a situação surgir. Não é por outro motivo que, algumas vezes, tomamos atitudes que jamais tomaríamos em uma “situação normal”. Isso porque situações normais não existem. Não da forma que imaginamos…

A mudança de personalidade se dá para nos adequarmos ao ambiente em que nos encontramos. Mas nem sempre é a melhor personalidade para a situação em questão. Para que nossa persona se manifeste, há muito de nossa programação envolvida no processo…

Temos sempre dois tipos de ação que podemos desencadear… o lado pacífico e o lado violento. Por motivos mil somos treinados para sempre acionar nosso lado mais tranquilo, não importa qual a situação. E é o mais coerente. Afinal, se estamos calmos, a chance de descobrir o melhor caminho para sair de determinada situação é maior…

O problema é quando o lado violento é extirpado de nossa psique… bem, extirpado não é a palavra correta, uma vez que esse sentimento continua em nosso âmago, apenas fica dormente…

Anular nosso lado belicoso quase ao zero é perigoso porque, em situações extremas, ficamos à mercê do agressor, com risco de nossa vida. Isso porque o instinto de preservação está ligado ao sentimento colérico. Se não há agressividade de nossa parte, simplesmente nos entregamos à sorte, prontos para o sacrifício…

Não estou dizendo que devemos dar vazão ao nosso instinto brutal.

Jamais. O que quero dizer é que, dependendo da situação, devemos partir para a luta pela nossa sobrevivência. O Amor é o sentimento que rege o Universo, mas em algumas situações devemos guardá-lo em nossa Caixa de Pandora… uma situação triste, mas necessária….

Apesar de, procuremos sempre o caminho da Luz e da Paz. Sejamos o Farol a guiar o caminho daqueles que se encontram perdidos, sem norte a seguir. Espalhemos sempre o Amor, a Compreensão, a Bondade… o Amor…

E tenhamos sempre, em nosso coração, a Esperança de jamais precisar lançar mão de nosso lado mais animalesco. Porque abrir a jaula é fácil… prender a fera depois já é mais complicado…

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