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Acabou namoro. PMDB quer empurrar Brasil para a frente com Temer como presidente

Otávio Medeiros Jr, Edição

Até que a briga pelo poder os separe. É assim que pode ser vista a consumação da decisão do PMDB de debandar do governo da presidente Dilma Rousseff. Foram meses de cutucadas, de ameaças, de troca de acusações que se resumiram em meros cinco minutos. A moção que que ratifica o rompimento foi aprovada por aclamação. Os ministros da legenda estão obrigados a deixar o cargo, mas não há um prazo pré-determinado.

A decisão foi tomada em encontro do diretório nacional, na Câmara dos Deputados; Por lá não apareceram, por motivos óbvios, o vice Michel Temer e o presidente do Senado Renan Calheiros. Mas outros caciques do partido, incluindo o presidente da Casa, Eduardo Cunha, que acatou o pedido de impeachment contra Dilma.

Logo após abrir os trabalhos, o primeiro vice-presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), leu a moção do peemedebista baiano Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Integração Nacional, e informou que havia um entendimento que ela fosse aprovada por aclamação e simbólica, o que ocorreu em seguida.

Após a comemoração dos presentes, um grupo gritou, em coro, “Brasil, pra frente, Temer presidente” e Jucá emendou. “A partir de hoje, nessa reunião histórica, o PMDB se retira da base e ninguém no País está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do PMDB”.

Juca encerrou o encontro com um “Viva o Brasil” e membros do partido ainda tiveram tempo para entoar um “Fora PT”.

Sem cargos – A a moção pede a “imediata saída do partido da base de sustentação do governo Dilma Rousseff”, com “imediata entrega de todos os cargos”, mas não estabelece prazo para entrega desses postos.

Na moção, aprovada por aclamação em uma reunião que durou menos de cinco minutos, o partido defende o desembarque do governo Dilma Rousseff, elencando uma série de problemas. Entre eles, as crises “econômica, moral e política” que, na avaliação do diretório estadual baiano, o Brasil vive e as “escolhas erradas nas ações do governo federal”.

A legenda também considera que, embora Michel Temer seja vice-presidente da República, o partido “nunca foi chamado para discutir soluções econômicas ou políticas para o País”. No documento, a legenda cita ainda “escândalos de corrupção” que tiveram participação de integrantes do governo, sem especificar que escândalos são esses.

Os peemedebistas afirmam que a “permanência do PMDB na base do governo fomentará uma maior divisão do partido”. Essa divisão ficou explícita na própria reunião de hoje. Peemedebistas da ala governista, como o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani, não participaram do encontro.

Na moção, o PMDB considera ainda que a manutenção do partido na base aliada do governo Dilma Rousseff vai “de encontro à pretensão” da legenda de lançar candidato próprio na eleição presidencial de 2018 e “principalmente, o anseio do povo brasileiro por mudanças urgentes na economia e política nacional”. O partido não cita a palavra impeachment no texto.

“Solicitamos a imediata saída do PMDB da base de sustentação do governo federal com a entrega de todos os cargos em todas as esferas da administração pública federal”, conclui o texto da moção aprovada.

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