Imagine uma mulher com conhecimento técnico em alguma área específica que possa transformar isso em renda. Imagine um curso, direcionado apenas para mulheres, onde elas poderão capacitar e ser capacitadas para encarar o mercado de trabalho. Imagine, agora, que 40 mulheres poderão se inscrever, a partir desta sexta (18) para oferecerem oficinas e ensinarem um ofício a outras mulheres. Imaginou? Pois o projeto Mulheres Hipercriativas, lançado na quinta-feira (17) pelo Governo do Distrito Federal (GDF), vai transformar tudo isso em realidade. Assista ao vídeo do lançamento:
Neste primeiro momento, por meio de uma seleção onde as inscrições já estão abertas, o projeto – que tem como embaixadora a secretária de Desenvolvimento Social e primeira-dama do DF, Mayara Noronha Rocha – vai escolher 40 professoras-facilitadoras que serão remuneradas com valores entre R$ 2,5 mil até R$ 10 mil para ministrarem oficinas para outras mulheres.
Para se inscrever, elas precisam ter habilidades profissionais em áreas da economia criativa, que vão desde comunicação (publicidade, marketing, multimídia, organização de eventos) a oficinas de moda, gastronomia, design gráfico e de produtos, além de gestão empreendedora. As melhores propostas serão selecionadas e, todas receberão apoio e capacitação para gravarem as vídeo-aulas e aplicarem o conteúdo de maneira adequada. O edital está aberto até o dia 19 de outubro.
Segunda fase
Já a segunda fase do projeto vai contemplar 4 mil mulheres que tenham interesse e se inscrevam para fazer os cursos – que serão on-line e terão três fases: as aulas gravadas pelas professoras, a parte interativa e o recebimento de material de apoio. “É um projeto que tem como objetivo levar o empoderamento e despertar a liderança feminina em um momento de pandemia, para mostrar que quando nos deparamos com crises é que não podemos ter medo e buscar a inovação”, afirmou Mayara Noronha.
A expectativa da Secretaria da Mulher do DF e da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) – realizadores do Mulheres Hipercriativas – é que cerca de 16 mil pessoas sejam beneficiadas, diretamente e indiretamente, pelas oficinas. “Essas 4 mil mulheres trazem consigo, pelo menos, mais quatro pessoas da família. É uma grande oportunidade de reforçar a economia criativa, responsável pela geração de renda, oportunidades e emprego para tantas pessoas no Brasil, além de promover a formação e o empreendedorismo”, explicou o diretor e chefe da representação da OEI no Brasil, Raphael Callou.
“Estamos aqui muito felizes porque vamos levar dignidade para essas mulheres, garantindo a elas um direito básico, que é o da escolha”, disse a secretária da Mulher, Érika Filippelli. Pelo projeto, as inscritas para os cursos poderão optar pelos temas de interesse para se qualificarem, repensarem seus negócios, seus projetos de vida e também realizarem o sonho de serem empreendedoras. “E, mais do que isso, é a oportunidade de construção de uma forte rede de mulheres líderes”, completou a secretária.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres foram as mais prejudicadas com a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Neste período, mais de 7 milhões delas sofrem com o desemprego. O projeto chega para tentar minimizar os efeitos devastadores do momento no universo feminino. “Elas me procuram e demonstram muita preocupação e sabemos que grande parte delas são chefes de família”, acrescentou a primeira-dama do DF.
“Falar de um projeto como este me traz muita responsabilidade, mas hoje sou um ator coadjuvante neste ato de lançamento do Mulheres Hipercriativas. As figuras principais são elas”, disse o vice-governador Paco Britto. “Porém, no DF, vemos a oportunidade para que mulheres desenvolvam suas competências e expandam seus negócios, fortalecendo o empreendedorismo feminino por meio da economia criativa”, acrescentou.
As atividades culturais e criativas geram 2,64% do PIB brasileiro e são responsáveis por mais de um milhão de empregos formais diretos, segundo estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN), com base em dados do IBGE. Há no setor cerca de 250 mil empresas e instituições. “Investir na cultura, na economia criativa, não é apenas uma linha do social, mas uma linha do desenvolvimento”, completou o diretor da OEI.