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Ação na Estrutural condena abuso sexual contra as crianças

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Um jardim de girassóis enfeitou a principal rua da Estrutural, na manhã desta segunda-feira (18). Com as flores na cabeça — símbolo da ação —, cerca de 300 moradores uniram-se em caminhada com objetivo de chamar a atenção para o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. A iniciativa faz parte de campanha de cunho federal e mobilizará todo o Distrito Federal até 27 de maio. Os participantes andaram do centro de referência de assistência social da região até o centro olímpico, onde o ato foi encerrado com atividades culturais.

Em 2014, o conselho tutelar da região registrou 12 casos desse tipo de violência e, até este mês, três ocorrências. Segundo a coordenadora do órgão, Lucilaila Alencar, a violência mais comum é a intrafamiliar. “Os dados que temos são apenas os confirmados, mas existem muitos outros”, afirma Lucilaila, que ressaltou a importância da denúncia por meio do Disque Direitos Humanos (Disque 100).

A falta de dados mais completos foi confirmada pelo coordenador e assistente social do centro de juventude da Estrutural, Natanael Damacena Costa: “Muitas vítimas só nos contam anos após a violência sexual, quando já se sentem capazes de se defender”. O espaço oferece qualificação profissional, atividades desportivas e ação social para adolescentes e jovens de 15 a 29 anos.

O caso da aposentada M.A.S., de 75 anos, exemplifica bem o medo que algumas vítimas têm de denunciar. Envergonhada e triste, ela revelou que foi vítima de abuso quando tinha 10 anos. “Posso afirmar, com certeza, que é uma marca que fica em nossa vida como se fosse um carimbo. Por isso, sempre participo dessas mobilizações.”

Apesar de não ter sido vítima, Maria Aparecida Araújo Costa, de 41 anos, fez questão de levar a filha Nicole Araújo Cardoso, de 5 anos, para participar da mobilização: “Esse tipo de ato ajuda a conscientizar a comunidade”. A opinião é compartilhada pela coordenadora pedagógica da Associação Viver, Irene Bezerra. “Muitas crianças da instituição sofreram esse crime. É dever da família, da sociedade e do Estado combater diariamente o abuso e fazer valer a Constituição.”

Até 27 de maio, os centros de referência especializados de assistência social das regiões administrativas farão ações pontuais em parceria com organizações não governamentais e a sociedade civil. A programação inclui debates, oficinas para crianças e caminhadas. Os conselhos tutelares do DF se uniram à mobilização. Até 22 de maio, os conselheiros organizarão caminhadas, palestras, passeatas, atividades educativas e oficinas.

Dados da Secretaria de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude apontam que 1.225 denúncias foram feitas em 2014 por meio dos conselhos tutelares, da Coordenação de Denúncias de Violação dos Direitos da Criança e do Adolescente e do Disque 100.

Mais de 2 mil crianças e adolescentes da rede pública de ensino de Brasília participaram, das 9 às 12 horas desta segunda-feira (18), da abertura oficial do evento no estacionamento do Parque Ana Lídia, no Parque da Cidade. Com o lema Faça bonito. Proteja nossas crianças e adolescentes, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República deu início à campanha.

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes faz referência à morte da menina Araceli Crespo, de 8 anos, após ser raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada por jovens da classe média alta de Vitória (ES). O crime ocorreu em 18 de maio de 1973 e, apesar de hediondo, prescreveu impune.

Kelly Crosara, Agência Brasília

 

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