Ação Social pela Música atende mil jovens de comunidades com UPPs no Rio de Janeiro
Publicado
emThaise Constancio
Um vídeo publicado na internet garantiu a presença dos violoncelistas Thaís Ferreira e Jonas Bispo no projeto El Sistema, na Venezuela, em outubro. Professora e aluno do Ação Social pela Música do Brasil, a dupla representou o país na Orquestra Binacional, formada por 200 integrantes, sendo 55 brasileiros. O concerto foi um dos 265 realizados em 2015, com a participação do Ação Social.
O programa, que tem o apoio do RioSolidario e da Secretaria de Cultura, atualmente, atende gratuitamente cerca de mil alunos em núcleos no estado, que englobam 20 comunidades com Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
Morador da comunidade da Babilônia, no Leme, Jonas, de 18 anos, explicou como sua vida mudou desde que começou a tocar.
– Nunca tinha participado de uma orquestra profissional e estrear no El Sistema, tocando músicas brasileiras e venezuelanas, foi uma ótima experiência que pretendo repetir outras vezes – contou o músico, que há 4 anos está no projeto.
Entre as apresentações especiais de 2015, o coordenador pedagógico do Ação Social, Júlio Camargo, destacou os concertos nas visitas guiadas do Palácio Guanabara, no Theatro Municipal e em comunidades com UPPs.
– A tendência é formarmos novos núcleos no estado para que mais crianças e adolescentes tenham essa chance – afirmou Camargo.
Os núcleos têm três orquestras: iniciante, intermediária e avançada. Os alunos que se destacam e querem ser músicos profissionais, são convidados a participar da Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro (OSJ). Os alunos têm aulas particulares e uma bolsa de incentivo aos estudos.
Morador do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, Luiz Pereira, de 15 anos, toca piano desde os 10 e é o único aluno do núcleo de sua comunidade que toca flauta transversa na OSJ.
– A música representa tudo para mim, traz sabedoria e mais capacidade para superar os problemas – disse o jovem.