A gestão do atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi o alvo preferido dos candidatos ao governo no debate realizado nesta segunda-feira na sede do SBT, em Osasco (Grande SP), em parceria com a rádio Jovem Pan, o portal e o jornal Folha de S.Paulo.
O evento foi o segundo debate entre os candidatos neste primeiro turno eleitoral, mas o primeiro a reunir todos os principais candidatos – no debate de sábado, na Band, por exemplo, Alckmin se ausentou devido a uma internação por problemas intestinais.
A crise hídrica que afeta o Estado, sobretudo a Grande São Paulo, a expansão da malha metroviária aquém do esperado, a segurança pública e a progressão continuada na educação foram os pontos preferidos pelos adversários em relação ao candidato à reeleição.
Segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, Paulo Skaf (PMDB) se disse “assustado, impressionado e chocado com o número de estupros – um a cada 43 minutos” e disse que falta “combater os monstros estupradores”.
O peemedebista ainda aproveitou para criticar a postura do governador diante das polícias, a exemplo do que vem fazendo nas agendas públicas de sua campanha. “Há a falta de um comando mais firme por parte do governador (sobre as polícias)”, reclamou. O tucano rebateu:
“Assumimos o governo que estava com o partido dele, e que hoje é o chefe de campanha dele”, afirmou Alckmin, referindo-se ao ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho (PMDB), coordenador da campanha de Skaf. “Assumimos e a polícia não tinha bala, gasolina, não tinha colete à prova de bala”, completou o tucano.
Abordado por Alckmin sobre mobilidade urbana, Laércio Benko, do PHS, foi taxativo: prometeu “tirar do papel tudo aquilo que está no papel do seu governo há 20 anos”, disse, referindo-se ao período de gestão do PSDB no governo paulista. Calvo, Benko ainda caçoou: disse que “ainda tinha cabelo” quando promessas de expansão do metrô, hoje em 74 km de malha, foram feitas pelo governador.
A crise hídrica foi lembrada por candidatos como Padilha, que negou que implementará rodízio de água, caso seja eleito, e prometeu realizar obras que teriam sido postergadas pelo governo tucano. “O governador foi alertado e as obras não saíram do papel. É preciso tirar do papel. O PSDB estuda, apresenta diagnóstico e não sai do papel; nós realizamos”, declarou, para arrematar: “Eu que fiz o (programa federal do Ministério da Saúde) Mais Médicos; (Alckmin) fez o ‘Mais Racionamento’”, ironizou.
O tucano alertou ser alvo de “inverdades” e observou que o Estado trabalha “com planejamento de obras, execução e conscientização da população”. Padilha concluiu: “Discursos e números não enchem a caixa d’água de ninguém.”
Candidato ao Senado, o ex-governador José Serra (PSDB) avaliou, após o debate, que “é óbvio que o foco seja o governador”. “Mas acho que ele (Alckmin) se saiu muito bem nessa.”
O debate ainda protagonizou um embate particular entre Skaf e Benko –que, a exemplo do primeiro debate, voltou a insistir se o peemedebista votará ou não em Dilma Rousseff (PT) para a Presidência, já que Michel Temer, vice da petista, é do mesmo partido do empresário.
“Não ficou clara sua resposta. Ele, Temer, não é candidato – tanto que se você digitar o número dele na urna, vai dar erro. O senhor, portanto, prega o voto nulo?”, perguntou Benko, que afirmou votar em Marina Silva (PSB) à Presidência. “Reiteradamente eu repito: em São Paulo, tanto o PT como o PSDB e todos os partidos aqui representados são meus adversários”, definiu. “Voto com o meu partido”, completou.