A discriminação de gênero afeta também aquelas que, a princípio, são especializadas em Direito: as advogadas. Por esse motivo, a Comissão de Mulheres da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) promoveu neste sábado (22) a 2ª Caminhada da Advogada pela Igualdade de Gênero e Fim da Violência contra a Mulher, em Brasília, no Parque da Cidade, que reuniu cerca de 150 pessoas.
O evento marca a abertura de espaço para discutir o tema na entidade. “É a primeira vez, em 54 anos, que a OAB tem uma comissão específica para debater a questão da igualdade de gênero”, disse à Agência Brasil a presidenta da Comissão de Mulheres, Ilka Teodoro.
Segundo ela, a comissão tem como focos principais a igualdade de gênero, o fim da violência e “a defesa da mulher advogada”, disse Ilka. “As remunerações das mulheres advogadas costumam ser inferiores à dos homens. Além disso, há diversos tipos de discriminação que têm por base a questão do gênero. Por sermos profissionais autônomas, passamos por dificuldades para nos mantermos no mercado e, nos ambientes de trabalho, faltam espaços como creches e berçários”, argumentou a advogada.
A condição feminina, no entanto, não implica, segundo ela, apenas desvantagens na profissão. “Temos maior capacidade de compreensão do mundo e somos mais humanas e compreensivas do que os homens”, disse.
Ilka avalia que, apesar de longe do ideal, a situação das profissionais do direito tem melhorado nos últimos anos. “Estamos aumentando a ocupação de espaços dentro do ciclo hierárquico do Poder Judiciário. Na OAB, temos a maioria das presidências de comissões e já ocupamos 30% do conselho”.
Além da caminhada no Parque da Cidade, o evento contou com atividades de confraternização como alongamentos e massagens. “Também montamos um varal feminista com fotos de advogadas de expressão, sorteamos brindes, além de fazer a caminhada ao som do grupo [de percussão feminino] Batalá”.
Pedro Peduzzi, ABr