A cliente espantou-se ao saber que o advogado era poeta. “Mas o senhor escreve poemas?”
– Escrevo arrazoados, petições e contratos também. “E aonde vai a poesia nessas horas?”
– A depender do dia, lugar nenhum. “O senhor declama?”
– Ultimamente tenho apenas sustentado no tribunal.
A cliente ali, atônita, sem entender. Há coisas que não se explicam mesmo.
– Senhora, precisamos recolher as custas do recurso. “Mas o senhor escreve poemas?”
Naquele dia, ela foi para casa remoendo o assunto. E chegou a parar para observar a simetria do jardim.