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Capitania hereditária

Advogados farão justiça e corrigirão os erros da última eleição na OAB?

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Autor/Imagem:
José Seabra - Foto de Arquivo

Um bate-e-volta a Brasília, onde os netos fizeram do sábado, 12, um dia muito além das cronológicas 24 horas, trouxe-me de volta ao litoral pernambucano com uma pergunta, feita por alguns amigos advogados, sem resposta imediata: a categoria fará justiça no pleito do próximo mês e corrigirá os erros da última eleição? Com quem estive – foram poucos, admito – a impressão que se tem é que Poli, candidato de Jr, é carta fora do baralho. A resposta, portanto, seria sim.

O que faz de Poli descartável é seu negacionismo. O defeito do candidato de Jr é negar ter dito o que disse. Em outras palavras, falseia a verdade. Passa o apagador no quadro negro, como faziam as professoras no tempo em que as salas de aula das escolas primárias não tinham notebook. Poli se desdiz, afirma, em tom de confidência, uma jovem liderança entre os advogados da mesma faixa etária. E enfatiza, numa indireta a Paulo Maurício: advogado precisa honrar a palavra.

Mas, será isso mesmo? Os doutos profissionais do campo do Direito em Brasília estariam mesmo propensos a acabar com a ideia de uma espécie de capitania hereditária na OAB da capital da República? A dúvida persiste. Mesmo porque, das chapas anunciadas, ao menos duas correm na mesma direção. E com votos divididos, a tendência é que uma delas fique pelo meio do caminho.

Vamos aos nomes:

Paulo Maurício Siqueira é o candidato de Jr. Seu lema é “OAB para todos”, defendendo uma Ordem unida e moderna. A promessa é desconsiderada até por seus amigos mais próximos. Poli aperta a mesma tecla revelada por seu padrinho. E como Jr não fez, ninguém acredita mais em história da Carochinha, em Papai Noel, no Coelhinho da Páscoa, no Saci Pererê…

Everardo Gueiros é visto como um candidato forte como Sansão, mesmo com os cabelos sempre bem aparados. Everardo registrou sua chapa com Rute Raquel Vieira Braga como vice-presidente. Sua campanha foca na representatividade das subseções e maior participação feminina na OAB. Ele tem apoio de lideranças políticas locais, de advogados de relevância e é admirado pela chamada ‘nova (literalmente) advocacia’.

Outros nomes importantes também estão concorrendo, a exemplo de Cleber Lopes, Cristiane Damasceno e Karol Guimarães. Até aqui são cinco chapas. Contudo, como os registros podem ser feitos até o dia 18, não será surpresa se aparecer um novo grupo reivindicando o direito de entrar na disputa, que ocorrerá no dia 17 de novembro, de forma virtual. Até lá, temos o apadrinhado de Jr, além de Everardo Gueiros e mais três candidaturas, a saber:

Cleber Lopes: É um criminalista que conta com o apoio aberto do governador Ibaneis Rocha e de diversas lideranças locais. Defende a valorização das prerrogativas dos advogados.

Cristiane Damasceno: Inicialmente aliada de Cleber Lopes, Cristiane decidiu romper com seu grupo e seguir em candidatura própria. Ela é conselheira federal e ex-vice-presidente da OAB/DF. Sua plataforma valoriza a diversidade e a participação feminina, além de seu compromisso com a renovação na gestão da Ordem. Possui íntima ligação com Beto Simonetti, presidente da OAB nacional.

Karol Guimarães: Com a chapa oficializada em cima da hora, Karolyne Guimarães já vinha sendo mencionada em discussões sobre as eleições para a OAB local. Seu nome chegou a ser citado para compor com o grupo de Jr, ideia posteriormente descartada. Seu coordenador de campanha é Lucas Kontoyanes, considerado um velho lobo articulador quando o assunto envolve urnas eleitorais.

Esse quadro revela uma disputa diversificada, com diferentes propostas para o futuro da Ordem. Entretanto, a impressão que se tem é que entre os cinco, Cleber e Everardo são vistos como pule de 10. Há, contudo, uma diferença gritante entre os dois. Se o primeiro tem mais catimba, o segundo tem mais carisma.

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