Derrotado na disputa com a presidente Dilma Rousseff para o Palácio do Planalto, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), avalia que a nova fase da operação Lava Jato, que prendeu um ex-diretor Petrobras e peixes graúdos de empreiteiras, está deixando “muita gente sem dormir” em Brasília.
“O que eu percebo é que as coisas estão chegando muito próximo aos mais altos dirigentes do governo. É preciso que essas investigações ocorram. O que eu posso assegurar é que tem muita gente em Brasília sem dormir nesses últimos dias, e continuarão sem dormir”, disse Aécio em São Paulo, antes de um evento no qual agradeceu os votos dos paulistas.
“Temos que garantir às instituições liberdade absoluta para que possam avançar nessas investigações. Há uma percepção clara de que não era um ato isolado de um ou outro diretor, mas uma organização estruturada, quase que institucionalizada dentro da Petrobras, causando prejuízos enormes ao Brasil. E eu acho que nós vamos ter novas informações e, infelizmente para muitos, surpresas pela frente”, afirmou o senador.
“A casa caiu”, completou o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que concorreu ao cargo de vice-presidente na chapa de Aécio. Além de Aloysio, estiveram com Aécio o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Aécio ainda comentou o adiamento da divulgação do balanço do terceiro trimestre da Petrobras. Ontem, a estatal informou que só divulgará o relatório no dia 12 de dezembro, o que significa quase um mês de atraso em relação ao prazo legal, que vence hoje. Segundo a Petrobras, o adiamento ocorre porque a auditoria precisa de mais tempo para aprofundar as investigações sobre as denúncias de desvio de dinheiro, que “podem impactar potencialmente as demonstrações contábeis”.
“Infelizmente, a nossa maior empresa, a Petrobras, que adia a publicação do seu balanço em razão das gravíssimas denúncias de corrupção, vai trazendo para si uma marca perversa em razão das ações desse governo”, disse o senador.