O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), criticou nesta segunda-feira, 27, a tentativa do Palácio do Planalto de buscar apoio dos governadores diante da possível rejeição das contas do governo pelo Tribunal de Contas da União.
“Eu não vou recomendar que os governadores deixem de aceitar um convite da presidente da República. Mas o PSDB não está disposto a ajudar a salvar aquilo que não deve ser salvo”, disse Aécio.
Para o tucano, a presidente erra ao tentar puxar para o “mesmo barco” os governadores. Conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda, o Palácio do Planalto argumenta que outros administradores públicos também praticaram as chamadas “pedaladas fiscais”, atrasos em repasses de recursos a bancos públicos para conseguir cumprir programas sociais.
A reunião entre Dilma e os 27 governadores está marcada para a próxima quinta-feira, 30. Embora o tema oficial do encontro não seja a prestação de contas, o Planalto avalia que o cenário de incertezas batendo à porta dos Estados contribui para a sinalização de apoio à presidente, apesar das divergências partidárias.
Aécio também criticou o que chamou de uma tentativa de representantes do governo de “constranger” ministros do TCU e disse que a oposição vai voltar a procurar o tribunal na próxima semana, para cobrar um julgamento técnico do caso.
“O governo abdicou de se defender para tentar, politicamente, constranger o Tribunal de Contas. Isso porque não se defende o indefensável: o governo burlou e desrespeitou a Lei de Responsabilidade Fiscal”, disse.
A rejeição das contas da presidente abriria caminho para um pedido de impeachment da presidente no Congresso. Segundo Aécio, Dilma não pode acusar o PSDB de trabalhar para que ela deixe o cargo, pois o partido apenas age para que as instituições sejam respeitadas. “Essa instabilidade do governo é obra desse governo. Não temos que ser os protagonistas desse desfecho, mas temos o dever perante a sociedade de garantir que as instituições funcionem”, disse.
O tucano afirmou ainda que não é a oposição que ameaça a permanência de Dilma na Presidência, mas sim o agravamento das crises política e econômica. “O fato é que, nesses sete meses de novo governo, a presidente só vem vendo o agravamento das crises. Isso não foi criado pela oposição. Hoje, o que se discute no Brasil, nos mercados, nas universidades, nas esquinas, nos bares, é se a presidente chega ao final do ano ou não chega”, afirmou.