Ovo gorado
Aécio vira alvo de Gilmar no mensalão do ninho tucano
Publicado
emMarta Nobre, Edição
Com os principais envolvidos no Mensalão do PT punidos (restam poucas figuras proeminentes, ainda sob investigação) chegou a hora da Justiça jogar a lupa em direção do ninho tucano.
Ali, suspeita o ministro Gilmar Mendes, do STF, pode ter havido um esquema semelhante, embora em menores proporções.
Se o Mensalão do PSDB existiu – e é isso que as investigações vão apurar – a principal fonte pagadora foi o Banco Rural. E o principal beneficiário, o senador Aécio Neves, presidente da legenda.
Para cortar asas e evitar que alguém tente um voo mais alto para sair do alcance das investigações, Gilmar já determinou a quebra do sigilo de dados do Banco Rural. A decisão vale para um inquérito que apura suposta participação Aécio em maquiagem de dados para esconder a existência do mensalão tucano durante a apuração da CPI que investigou o mensalão do PT.
O inquérito que levou à quebra do sigilo nesta segunda, 17, se baseia na delação premiada do senador cassado Delcídio do Amaral. Segundo o ex-tucano que trocou o ninho pela bandeira do PT, os dados fornecidos pelo extinto Banco Rural à CPI dos Correios atingiriam o senador Aécio Neves “em cheio” se não tivessem sido “maquiados” pela instituição financeira.
De acordo com a assessoria do senador Aécio Neves, “as citações [de Delcídio] são absurdas e totalmente descabidas, o que restará comprovado ao final das investigações que contam com todo o apoio do PSDB”.
Na mesma decisão, Gilmar Mendes autorizou, ainda, que sejam utilizadas informações bancárias entregues pelo banco Rural à CPI. O ministro pediu também que o Banco Central envie documentos que possam ajudar a esclarecer o episódio.
Além disso, o ministro do STF autorizou nova coleta de provas, atendendo a um pedido da Procuradoria Geral da República. Gilmar Mendes também autorizou que a Polícia Federal analise vídeos sobre a suposta retirada de documentos da comissão.