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Nada se cria...

Afinal, publicidade morreu ou precisa se reinventar?

Publicado

Autor/Imagem:
Antônio Albuquerque, Edição

Nenhum setor se adaptou melhor ao longo dos anos do que a publicidade. Sua origem remonta aos grandes murais que falavam de política e gladiadores. Posteriormente, evoluiu na Idade Média com os pregoeiros que anunciavam ao povo as ordens do rei. Sim, isso também era publicidade.

Com o desenvolvimento das tecnologias, o setor cresceu exponencialmente nos últimos anos, expandindo seu impacto para todos os cantos do mundo. No entanto, hoje, os anunciantes enfrentam uma grande ameaça: o monopólio digital dos gigantes da área.

Paralelamente, as marcas tiveram que enfrentar outra realidade: os consumidores são imediatamente repelidos ao mínimo sinal de conteúdo publicitário. Pelo menos é isso que afirmam os próprios consumidores, já que 32% das pessoas consideram os anúncios que recebem “excessivos”, 31% acham que são “irritantes” e outros 27% os consideram “intrusivos”(1). Com esses números como precedente, fica cada vez mais difícil justificar a lucratividade das campanhas publicitárias.

Nesse sentido, Miguel Rojo, Country Manager Brasil do Tiendeo, empresa especializada em soluções digitais para o varejo, explica:

“Apesar da indústria da publicidade ser muitas vezes julgada, ela é, e continuará sendo, essencial para as marcas, pois graças a ela é possível capitalizar imagem e fidelizar os clientes. Para que ela realmente funcione, não é preciso ser invasivo e focar estritamente nos interesses do consumidor para criar um vínculo emocional. No Tiendeo conseguimos que nossos clientes se conectem com públicos altamente qualificados usando os dados que nossa própria tecnologia gera para obter uma hipersegmentação dos públicos e impactá-los quando realmente querem”.

O novo código dos anúncios
Estão surgindo novas formas de publicidade e plataformas que alcançam melhores resultados por meio de campanhas de marketing digital que atingem um público mais amplo.

Entre elas está o Marketing de Influencers, que atualmente é parte fundamental das estratégias das marcas. De acordo com o Influencer Marketing Hub, 63% das empresas pretendem aumentar seu orçamento para o Influencer Marketing no próximo ano. Apesar do enorme risco de colocar a imagem de uma marca nas mãos de porta-vozes externos à empresa, esse tipo de colaboração permite que as marcas vinculem seus produtos ou serviços a um público específico que, pela forma peculiar de interagir, gera uma maior confiança e empatia.

Outro exemplo é o TikTok, que desde a sua chegada as marcas se esforçaram para entender os novos códigos dessa plataforma para se conectar com seus usuários e demonstrar que conhecem a linguagem do momento. Para isso, mergulharam na criação de anúncios mais sutis, que rompam com o modelo tradicional para atrair um novo público que aprendeu a evitar a publicidade. Se há uma marca que sabe fazer isso com perfeição, é a Coca-Cola, que neste anuncio se apropria dos movimentos que viralizaram no TikTok para atrair a atenção, de forma “sutil”, do público jovem.

Outras plataformas de live streaming, como a Twitch, saíram da pandemia vitoriosas e muito mais populares. Sem dúvida, a personalidade transgressora e o formato de entretenimento que evoca a magia da televisão tornaram esta rede social realmente sedutora para as marcas, que estão presentes nos populares torneios de videogame, eSports ou festivais de música para posicionar seu produto e vincular sua imagem à energia que é vivenciada nesses eventos digitais durante as transmissões. O recorde de audiência alcançado no ecossistema digital desta plataforma não foi nada menos que 2,4 milhões de telespectadores, um claro exemplo do impacto que tem como meio de entretenimento, capaz de competir com os níveis de audiência da Netfilx e HBO.

E assim vemos que, com o surgimento das redes sociais, os consumidores se apropriaram dos conteúdos, invertendo papéis de poder e inaugurando uma nova era de publicidade focada (literalmente) no consumidor e em seus interesses.

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