Na capital do Piauí, Teresina, um problema ambiental tem preocupado especialistas e moradores locais: o avanço das aguapés (Eichhornia crassipes) sobre a Lagoa do Mocambinho. Essa planta aquática, comumente encontrada em áreas úmidas, tem se proliferado rapidamente, ameaçando o ecossistema da lagoa e afetando a qualidade da água.
As aguapés, conhecidas por seu rápido crescimento e capacidade de cobrir grandes áreas de espelhos d’água, prejudicam a biodiversidade local ao impedir a entrada de luz solar na água. Isso afeta a fotossíntese das plantas submersas e reduz a quantidade de oxigênio disponível para peixes e outras espécies aquáticas. Além disso, o acúmulo dessas plantas pode resultar em maus odores e na proliferação de mosquitos, agravando problemas de saúde pública.
O aumento descontrolado das aguapés na Lagoa do Mocambinho está diretamente relacionado à poluição das águas. O despejo de esgoto e resíduos sólidos na lagoa, sem tratamento adequado, fornece nutrientes como nitrogênio e fósforo, que são essenciais para o crescimento acelerado dessa planta. As mudanças climáticas, que incluem períodos de chuvas intensas e temperaturas elevadas, também contribuem para o fenômeno.
A invasão das aguapés impacta negativamente não apenas o meio ambiente, mas também as comunidades que vivem nas proximidades da lagoa. A pesca, uma das principais atividades econômicas da região, foi significativamente afetada, com a diminuição das populações de peixes. Além disso, o turismo local, que dependia da beleza natural da lagoa, está em declínio devido à presença das plantas.