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Agnelo banca o Mané sem Dilma e Terracap vai para o cadafalso

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A Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) está passando por dificuldades financeiras após bancar sozinha o gasto de 1 bilhão 600 milhões na construção do Estádio Mané Garrincha.

O quadro é tão caótico, que a Terracap ou muda seu modo de atuar no mercado ou fecha as portas. O problema é que as mudanças, como pretende o Palácio do Buriti, podem colocar a estatal definitivamente na forca.

Bem que o Palácio do Planalto ofereceu ajuda na época da construção (como fez com outras arenas), mas o governador Agnelo Queiroz rejeitou o apoio, ao dizer, na oportunidade, que Brasília tinha meios de manter o projeto sem precisar recorrer ao BNDES.

Embora seja o maior patrimônio do povo da capital da República (supera inclusive o BRB, por conta dos milhares de terrenos para comercializar) a verdade é que no governo de Agnelo, a empresa passou a atuar no vermelho.

Para tirar a Terracap do cadafalso, o governo decidiu introduzir alterações em seu estatuto, permitindo que a empresa passe a atuar no mercado de fundos de investimentos imobiliários. Como garantia dos aportes, seriam disponibilizados os ativos imobiliários.

Mas o assunto precisa passar pelo crivo da Câmara Legislativa, onde chegou por iniciativa do Executivo para ser votado em caráter de urgência, com a roupagem de Projeto de Lei 1.810/2014.

Contando com sua base de apoio, a quem costuma lembrar que ‘pode, manda e faz’, o governador Agnelo Queiroz não esperava, porém, a reação da oposição. E a primeira a levantar a voz foi a deputada Eliana Pedrosa (PPS), pré-candidata ao Buriti no pleito de outubro.

Relatora da proposta na Comissão de Constituição e Justiça, Eliana Pedrosa presidiu na terça-feira 27 audiência pública com a participação de representantes do mercado imobiliário para esclarecer a proposta. E o que era para ser apenas uma explicação sobre o Projeto de Lei revelou a saúde financeira da Terracap, que preocupa a todos.

O próprio diretor-financeiro da Terracap, Luciano Abreu, explicou a medida e expôs as dificuldades que a empresa encontra para cumprir seu papel no desenvolvimento da capital.

– Temos o papel de agência de desenvolvimento, mas não há recursos para lastrear essa nova missão, o que tem gerado desequilíbrio financeiro à companhia, afirmou Abreu, numa até agora infrutífera justificativa quanto necessidade da alteração da lei.

Já o presidente da Terracap, Abdon Henrique de Araujo, afirmou que o pedido para encontrar soluções para esta nova missão partiu do próprio governador Agnelo Queiroz, que recusou recursos do Governo Federal para a construção do Mané Garrincha.

Eliana Pedrosa estranhou a pressa na discussão e aprovação do projeto, como pretende Agnelo Queiroz.

– Venderam para a população que o estádio daria lucro ao GDF. E a Terracap é a proprietária da arena. Por que agora a pressa em atuar no mercado de fundos imobiliários para garantir as finanças futuras da empresa? Os segmentos envolvidos não foram ouvidos suficientemente. O debate vai continuar, garantiu.

A proposta do governo desagrada a Associação de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-DF). Segundo o presidente da entidade, Paulo Roberto de Morais Muniz, a medida prejudica o setor porque gera concorrência desleal.

“O ideal seria acabar com a Terracap. Estamos indignados com a forma como o GDF encaminhou este projeto à Câmara Legislativa”, sentenciou.

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