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Agnelo fez ciclovias para ricos; e pobres morrem atropelados

O número de ciclistas mortos no trânsito é maior em áreas da capital da República com pouca ou nenhuma ciclovia. A quantidade aumenta nas rodovias que ligam as regiões administrativas, pistas que também não têm espaço exclusivo para as bicicletas.

Um exemplo é a EPTG. Ali, morre-se até na porta da residência oficial de Águas Claras. E a cada alma que sobe ao Céu, Agnelo Queiroz, que tenta a reeleição, perde dezenas de votos nas urnas.

As ocorrências com atropelamentos e mortes são mostradas em levantamento feito pela ONG Rodas da Paz, divulgado pelo CB. Especialistas alertam: faltam campanhas educativas e fiscalização. Ativistas do pedal criticam o plano de construção de vias exclusivas para bikes.

Segundo eles, o governo deveria priorizar as pistas de alta velocidade e fluxo intenso de veículos. Além disso, de acordo com eles, seria necessário atender primeiro as regiões mais distantes da capital. Hoje, comemora-se o Dia Nacional do Ciclista.

Ao longo de 2013, o Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) contabilizou a morte de 27 ciclistas, mais de duas vítimas por mês. Desses, 15 perderam a vida em rodovias federais ou distritais, e 12 em vias urbanas.

Desse total, cinco mortes ocorreram na Estrutural, em Sobradinho, Sobradinho 2, Planaltina e Brazlândia, locais sem ciclovias. Samambaia e Guará — cidades que possuem, respectivamente, 5,1 e 6,5 quilômetros de via exclusiva — registraram dois casos. No últimos 39 dias, aconteceram outras quatro mortes, duas delas em rodovias distritais: uma na Estrada Parque Taguatinga (EPTG) e outra na Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia).

De acordo com a secretária Institucional do Rodas da Paz, Renata Florentino, isso ocorre porque não houve prioridade para as ciclovias em locais que apresentam mais risco para os usuários. Ela explica que a bicicleta é um meio de transporte popular e a construção das ciclovias é uma forma de inclusão social.

“Não podemos considerar essas mortes como acidente. Elas são resultado da falta de planejamento adequando, aliado à cultura da imprudência e da impunidade dos motoristas. São mortes evitáveis e preveníveis”, critica.

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