Notibras

Agnelo cutuca casa de marimbondo e Joaquim exige explicações já

Retaliação provoca retaliação. Agnelo Queiroz subestimou a força da Justiça e agora vai ter de prestar contas ao Supremo Tribunal Federal. Se o presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa, decidir fechar o cerco, como sinalizou nesta terça-feira 1º de abril, o governador do Distrito Federal pode começar a contar os dias em que permanecerá em liberdade. Na melhor das hipóteses, passará um bom período trancafiado, a exemplo do seu antecessor José Roberto Arruda.

Essa é a opinião manifestada por analistas e cientistas políticos, ao avaliarem a o ato de Joaquim Barbosa, mandando que Agnelo Queiroz e todas as autoridades do sistema penitenciário da capital da República acabem com as regalias a presos do mensalão, conforme denúncia do Ministério Público.

O ministro do Supremo acusou o ocupante do Palácio do Buriti a agir com desdém, ao colocar sob suspeição o trabalho do juiz Bruno Ribeiro, da Vara de Execuções Penais, que cobrou do governador medidas energias para acabar com as mordomias oferecidas aos petistas presos na Papuda.

Segundo Joaquim Barbosa, o governador deu “indicação clara de sua falta de disposição para determinar a apuração dos fatos narrados”. Agnelo teria tentado ganhar tempo, ao pedir que o juiz Bruno Ribeiro fosse investigado. Mas, na opinião do presidente do Supremo, o titular da Vara de Execuções Penais ‘agiu no estrito cumprimento da delegação’ conferida pelo próprio STF.

O presidente do Supremo foi enfático em seu despacho, recebido no gabinete de Agnelo como um verdadeiro petardo: “Note-se que as irregularidades encontram minimamente suporte probatório, inexistindo qualquer razão para a inação dos órgãos responsáveis em apurar e suprimir as aparentes regalias com que vêm sendo beneficiados os presos condenados nos autos da AP 470. Ao deixar de prestar informações solicitadas pelo juízo delegatório, o governo do Distrito Federal contribui para que as ilegalidades se perpetuem”, afirmou Joaquim Barbosa.

Na verdade, a guerra está declarada. Agnelo agora terá de acionar seus advogados para que protelem ao máximo as inúmeras ações que tramitam na Justiça Federal. Entre os processos que mais preocupam o governador estão as denúncias envolvendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira; a corrupção no Ministério dos Esportes, denunciada pelo soldado João Dias; e as benesses oferecidas a laboratórios farmacêuticos com os quais o governador teria supostos vínculos quando estava na Anvisa.

Felipe Meirelles

Sair da versão mobile