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Agnelo quer vender Brasília e fazer caixa para a campanha

O jornalista Hélio Doyle, que mantém um blog patrocinado pelo Palácio do Buriti, mostra o que é ser um jornalista independente, ao abordar com isenção em seu espaço virtual problemas que atormentam a vida do brasiliense.

Para quem não leu o texto na edição original, Notibras apresenta a seguir aos seus leitores, transcrito do site http://www.meiaum.com.br/novosite/heliodoyle.

Talvez pressionado pelas grandes empreiteiras, talvez ansioso por fazer caixa para as eleições (vamos ficar só nesta hipótese: para as eleições), o governo do Distrito Federal procura acelerar, a sete meses do final do mandato, vários projetos polêmicos e nocivos aos brasilienses. Se não houvesse a reação de alguns poucos deputados e dos senadores Cristovam Buarque e Rodrigo Rollemberg, e de entidades representativas, esses projetos já seriam realidade.

O GDF quer aprovar a todo custo o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB), apesar da oposição de entidades com o peso do Instituto dos Arquitetos do Brasil, do Instituto Histórico e Geográfico, do Rodas da Paz e da UnB, entre muitas outras.

Quer também tomar 90 hectares da Embrapa Cerrados, que há 30 anos desenvolve pesquisas na região, para construir um conjunto habitacional que pode muito bem ser localizado em outro terreno próximo. Ignora solenemente os protestos de pesquisadores e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

Insiste em autorizar a construção de um shopping no Lago Sul, ao lado da Ponte JK. E está finalizando estudos para erguer nova cidade na região vizinha à DF-140, que se transformou de rural em urbana para beneficiar empreiteiros e políticos que têm terras na região.

Tudo sem debate, sem discussão de verdade com a sociedade, a toque de caixa e com muita arrogância.
Se a dupla Agnelo Queiroz e Geraldo Magela conseguir viabilizar esses projetos, a perda para Brasília só não será irreversível se o futuro governador tiver amor pela cidade e coragem para revogar ou patrocinar a revogação dos absurdos.

A propósito: Magnelo pode-se ler como “mag-nelo” ou “mage-nelo”. Dá na mesma.

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