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Agora é sim ou não. Plenário vai decidir se tem voto para manter Dilma no Planalto

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Marta Nobre

Blefa o Palácio do Planalto, ou blefa a oposição? Os aliados de Dilma Rousseff garantem ter mais de 200 votos para barrar o impeachment. Já o grupo que prefere ver a presidente bem longe do Poder, fala em 380 vozes gritando Fora Dilma, Fora PT. Somados, são 580 votos, em um colegiado que só tem 513.

Quem está falando a verdade? A resposta será conhecida na noite deste domingo, 17, quando for encerrada a votação do impeachment, a ser iniciada às 14 horas, como tem assegurado o presidente da Câmara Eduardo Cunha.

Dentro e fora do Plenário, onde 171 virou número cabalístico para Dilma, o clima é de tensão. Um levantamento feito pelo Grupo Estado (que Notibras vem publicando com atualização a cada 1 hora) mostra que o número de votos a favor do impeachment chegou a 350 no início desta madrugada, contra 133 dos governistas. Os indecisos seriam 9, dois avaliam se ausentar e outros 19 preferem manter sua posição em suspense.

A temperatura no Plenário tem esquentado a cada gesto, a cada palavra. Na noite deste sábado, na sessão reservada para discursos individuais, o tumulto começou quando o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) assumiu o microfone para um pronunciamento no lugar do deputado Helio Leite (DEM-PA), que estava inscrito, mas não presente no plenário. Após protestos de parlamentares contrários ao impeachment, Beto Mansur (PRB-SP), que preside a sessão, cortou a fala de Fraga.

“Vocês estão com medo, são um bando de corruptos”, disse Fraga, aos gritos. Ele foi rebatido por parlamentares do governo. “Aqui não ganha no grito. Sai da tribuna, golpista”, disseram parlamentares. Fraga desceu e foi a um dos microfones utilizados para o aparte, mas não teve tempo de falar. Após críticas de Valdir Prascidelli (PT-SP), Fraga partiu para cima do petista com o dedo em riste e foi recebido da mesma maneira. Ambos foram separados e o clima se acalmou.

Após alguns discursos seguintes, Mansur pediu, sem sucesso, “calma e respeito” aos parlamentares e lembrou que a sessão estava sendo transmitida para todo o País. No discurso seguinte, o deputado Rocha (PSDB-PA) foi interrompido pelos gritos de “não vai ter golpe”. Depois do deputado paraense, Gilvaldo Vieira (PT-ES) começou o discurso, agora sob críticas de parlamentares da oposição, e os mandou calarem a boca.

Mansur tentou novamente acalmar os ânimos, pediu colaboração dos deputados e concedeu mais um minuto a cada um dos dois parlamentares, que conseguiram encerrar os pronunciamentos. No entanto, após outras falas, João Rodrigues (PSD-SC) também foi interrompido por gritos de deputados governistas e rebateu: “fica quieto, vocês ofendem o povo brasileiro todos os dias. Enquanto eu falo na tribuna, calem a boca”.

Logo depois foi registrada uma nova discussão, protagonizada pelos deputados Vitor Valim (PMDB-CE) e Sibá Machado (PT-AC), que trocaram empurrões. Uma briga entre ambos só não ocorreu por conta de outros parlamentares e de seguranças, que os separaram. Após discurso de Valim, Sibá pegou o colega pelo braço e disse: “você vai estar aqui embaixo quando eu falar? Vou lhe dar um pau. O que é isso, chamar de bandido e safado?”, explicou o petista.

Segundo Sibá, a resposta seria dada em seu discurso e não na forma de violência física. Não foi o que imaginou Valim, que empurrou o petista e ainda sofreu a mesma reação de Weverton Rocha (PDT-MA), que defendeu Sibá. Segundo Valim, a reação contra Sibá ocorreu porque ele achou que seria agredido. “Isso é uma reação de bandido, típica deles”, rebateu o deputado cearense.

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