O Brasil não vai retomar o caminho do desenvolvimento econômico e social da noite para o dia, num toque de mágica. Pensar assim é o mesmo que querer tapar o Sol com uma peneira. O trabalho, portanto, é duro e deve ser alcançado a médio prazo. Essa a opinião do advogado e empresário Luiz Felipe Belmonte, idealizador do Aliança pelo Brasil, ideia que surgiu inicialmente para abrigar o presidente Jair Bolsonaro, mas que ainda engatinha para tentar disputar as eleições de 2022 ou, no máximo, o pleito municipal de 2024.
Belmonte admite que há entraves, mas afirma que o partido logo sairá do papel para virar realidade. Até porque, garante, ele não é pessoa que abandona projetos no meio do caminho. “Temos muita gente trabalhando na criação da legenda, que será, inclusive, uma casa dos conservadores, não necessariamente o abrigo do presidente Bolsonaro”.
Pelos cálculos de Belmonte, o Aliança será uma legenda forte, capaz de atrair muitos parlamentares do PSL e DEM, que rejeitarão a fusão e procurarão se agrupar em uma só legenda. “Vamos começar medianos, mas logo teremos mais apoiadores. Confio muito na cultura conservadora do povo brasileiro, e serão justamente os conservadores que impulsionarão o Aliança”, acentua Belm0nte.
Realista e sem pretender passar com o carro na frente dos bois, o advogado, hoje vice-presidente do Aliança pelo Brasil – a figura de presidente ainda é de Jair Bolsonaro -, Belmonte reconhece ser pouco provável que o TSE bata o martelo em tempo hábil para que a legenda se torne realidade e dispute o pleito do próximo ano. Tudo vai depender, segundo ele, do trabalho de coleta de assinaturas nos próximos dois meses. “Depois vamos ver o que decide a Justiça Eleitoral até abril. Se tudo der certo, formaremos diretórios e vamos disputar as urnas”.
Mas Belmonte, com os pés no chão, observa, contudo, que sabe das dificuldades e da escassez de tempo. Mas ele é taxativo ao afirmar que “para que abrigue as próximas gerações, que seja (o Aliança pelo Brasil) uma referência de princípios conservadores”. E repete: “Conservadores sim, mas sem fanatismo; acho que as pessoas precisam ter uma ponderação porque política foi feita para evitar as guerras, e não para aumentar as guerras. Acredito na política como um instrumento de um mínimo de pacificação nacional. E acho que é isso que a gente tem que trabalhar”, conclui, otimista.